Para aqueles que ainda tinham dúvidas, as últimas atitudes de Cavaco Silva, o oportunismo político de Ferreira Leite face à manifestação dos professores e o caso BPN vêm ajudar a levantar o pesado manto que durante muito tempo encobriu aquilo que foi, na realidade e na sua essência, a governação da era "cavaquista": um modelo de desenvolvimento baseado em obras públicas que conduziu o país a um impasse e que os governos seguintes não tiveram coragem para alterar, a ausência quase total de reformas onde elas eram mais necessárias (justiça, educação, saúde, segurança social), o desenvolvimento de negócios suspeitos ou ilícitos à sombra de um Estado omnipresente, uma mentalidade nova-rica criada pelo afluxo de dinheiro fácil dos fundos estruturais, a ascensão de pequenos caciques de província (basta olhar para o BPN) a governante nacionais, o esbanjamento de recursos na gestão autárquica e um temor reverencial pelos poderes corporativos.
Afinal, depois de despido do seu manto, o rei vai nu? Não ousarei chegar a tal ponto, mas já nada mais o cobre do que um véu diáfano de ilusão.
Afinal, depois de despido do seu manto, o rei vai nu? Não ousarei chegar a tal ponto, mas já nada mais o cobre do que um véu diáfano de ilusão.
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