Já em tempos aqui defini aquelas que considero serem as únicas condições limitativas à utilização de jogadores de futebol naturalizados, e que não tenham feito a maioria do seu trajecto formativo em Portugal, na selecção portuguesa: uma objectiva, isto é, que legalmente o possam fazer perante as leis do estado português, da FIFA e da UEFA; outra subjectiva, quer dizer, dependente da vontade de FPF, o que, para além de critérios técnicos relacionados com o perfil dos jogadores, envolve questões mais sensíveis de identificação entre público e equipa e que podem variar e evoluir ao longo do tempo. Refiro novamente esta questão quando se fala nas eventuais chamadas à selecção de Liedson e Paulo Assunção. A integração de Deco e Pepe fez-se, com integral sucesso, quando a selecção tinha uma liderança forte, atravessava um período de êxitos e o seu relacionamento com o público estava em alta, facilitando a sua aceitação, algo de muito diferente com o que acontece nos tempos que vão correndo. Para além disso ambos eram, e são, jogadores de 1ª linha a nível internacional, actuando em grandes clubes europeus (Deco foi nessa época campeão europeu pelo FCP, recorde-se), que tinham começado a jogar no campeonato português ainda adolescentes e, quando da sua chamada, em plena fase ascendente das respectivas carreiras. Não querendo excluir liminarmente a possibilidade de Liedson e Paulo Assunção virem a jogar por Portugal, desde que para isso legalmente habilitados, é bom recordar que, antes de ser tomada qualquer decisão, se tenham em conta não só as especificidades de carreira destes jogadores como também a situação conjuntural da selecção portuguesa. Não o fazer pode significar o caminho mais curto para o insucesso, com claro prejuízo de ambas as partes, jogadores e selecção.
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