"M", de Fritz Lang (1931)
O “Gato Maltês” também gosta muito do expressionismo alemão no cinema e recorda com saudade os tempos em que, pela primeira vez, viu os seus filmes, na sala da antiga cinemateca no Palácio Foz. E, às vezes, põe-se a vasculhar e descobre coisas interessantes. Descobriu este “trailer” de “M”, de Fritz Lang, no You Tube, e este é mais um daqueles casos em que a música (neste caso, a bem conhecida “suite” Peer Guint, de Grieg) e o silêncio – ou os silêncios – jogam um papel fundamental na criação de um ambiente de climax/anti-climax, jogando com uma montagem, por vezes, muito "einsensteiniana". Passam por aqui “Aniki-Bobó” (“Aniki-bebé, Aniki-bobó... eu sou polícia, tu és ladrão”), muito posterior, “Outubro”, mas, principalmente, aquele ambiente sombrio, ameaçador (as sombras são sempre ameaçadoras porque se pressente algo do qual só se conhecem os contornos – lembram-se de “O Ovo da Serpente”?), premonitório do que estava para chegar – e que não era nada de recomendável. Reparem como as crianças, no seu jogo, são filmadas num plano "picado", acentuando o facto de estarem indefesas e perante um olhar controlador de alguém, e como esse plano "liga" com a sombra do criminoso curvando-se perante a inocente vítima.
Enfim, e para que conste, aqui ficam 3’ 21’’ do melhor cinema que já se fez e alguma vez se fará.
Enfim, e para que conste, aqui ficam 3’ 21’’ do melhor cinema que já se fez e alguma vez se fará.
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