Há frases assassinas, que se colam a quem um dia as pronunciou acompanhando-o para sempre, definindo uma personalidade. Manuel Dias Loureiro pronunciou um dia uma dessas frases (“pai, já sou ministro!”), anunciando de imediato ao que vinha e ao que ia, e a sua vida política e profissional posterior, para quem estava atento aos “bruáá” (a expressão é sua, na entrevista a Judite Sousa), nada mais fez do que confirmar aquilo que essa frase tinha “alto e bom som” anunciado. A entrevista de hoje à RTP1, ou melhor e para começar, a pura e simples necessidade da sua existência e, depois e para terminar, o contraste entre a ingenuidade que pretendeu assumir e a demonstração simultânea de como se negoceia e enriquece à sombra do estado e do serviço público, mesmo quando de forma legal, nada mais fez do que prolongar essa primeira imagem de há tantos anos. Em última análise, louve-se-lhe a coerência.
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