Quando da recente “alta” dos preços dos combustíveis, defendi aqui a não intervenção do estado, alegando, entre outras razões, que essa era uma boa oportunidade para a racionalização do seu consumo e utilização, tanto ao nível das empresas como das famílias onde existiam, e ainda existem, enormes desperdícios que é necessário eliminar, permitindo essa racionalização manter os custos de produção e os orçamentos familiares aos níveis anteriores – ou perto deles.
Lembrei-me disto mesmo a propósito da recente polémica sobre o aumento do salário mínimo, anunciado por José Sócrates, e que gerou um coro unânime de protestos das associações empresariais e mesmo de alguns economistas que normalmente estão perto das posições governamentais. Claro que seria bem melhor que esse aumento pudesse ser realizado em época de prosperidade e expansão económica, contribuindo para “limpar” o tecido empresarial das empresas e sectores menos competitivos sem que o eventual aumento de desemprego e possível menor crescimento económico tivessem consequências demasiado gravosas, mas deve a actual conjuntura afastar de todo qualquer perspectiva nesse sentido?
Independentemente de questões de ordem humana e de justiça social, que têm o seu peso mas prefiro aqui deixar de lado (até porque as boas intenções nem sempre conduzem ao resultado desejado e podem mesmo ter um efeito contrário ao pretendido), e pondo de parte as mais do que prováveis motivações eleiçoeiras, pergunto-me se o mesmo tipo de raciocínio utilizado quando da “alta” dos combustíveis não poderá, em certa medida, ser também aqui utilizado, e se o provável aumento controlado do salário mínimo não poderá forçar uma maior eficácia e racionalização de processos nas empresas onde os salários muito baixos ainda têm um peso excessivo no custo do produto final. Apesar do reconhecido primitivismo da gestão de muitas dessas empresas e do peso excessivo da mão de obra nos custos totais recomendarem cautelas e caldos de galinha, admito que vale a pena assumir o risco, e não me surpreenderia demasiado se os resultados obtidos não fossem tão catastróficos como por aí se tende a fazer crer. Gostaria de ter razão...
Lembrei-me disto mesmo a propósito da recente polémica sobre o aumento do salário mínimo, anunciado por José Sócrates, e que gerou um coro unânime de protestos das associações empresariais e mesmo de alguns economistas que normalmente estão perto das posições governamentais. Claro que seria bem melhor que esse aumento pudesse ser realizado em época de prosperidade e expansão económica, contribuindo para “limpar” o tecido empresarial das empresas e sectores menos competitivos sem que o eventual aumento de desemprego e possível menor crescimento económico tivessem consequências demasiado gravosas, mas deve a actual conjuntura afastar de todo qualquer perspectiva nesse sentido?
Independentemente de questões de ordem humana e de justiça social, que têm o seu peso mas prefiro aqui deixar de lado (até porque as boas intenções nem sempre conduzem ao resultado desejado e podem mesmo ter um efeito contrário ao pretendido), e pondo de parte as mais do que prováveis motivações eleiçoeiras, pergunto-me se o mesmo tipo de raciocínio utilizado quando da “alta” dos combustíveis não poderá, em certa medida, ser também aqui utilizado, e se o provável aumento controlado do salário mínimo não poderá forçar uma maior eficácia e racionalização de processos nas empresas onde os salários muito baixos ainda têm um peso excessivo no custo do produto final. Apesar do reconhecido primitivismo da gestão de muitas dessas empresas e do peso excessivo da mão de obra nos custos totais recomendarem cautelas e caldos de galinha, admito que vale a pena assumir o risco, e não me surpreenderia demasiado se os resultados obtidos não fossem tão catastróficos como por aí se tende a fazer crer. Gostaria de ter razão...
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