Não vi a entrevista de Manuela Ferreira Leite e, francamente, não me apetece vê-la em versão requentada. Mas do que fui lendo e ouvindo, algo me chamou a atenção: MFL contrapôs ao crescimento previsto pelo governo para o próximo ano, e incluído no OGE (0.6%), um valor que será cerca de metade deste (0.2/0.3%). Sendo este último um valor bastante mais realista (espero estar enganado), MFL coloca, como se diria em linguagem futebolística, toda a pressão do lado de um Teixeira dos Santos que aceitou arriscar demasiado. Assim sendo, durante o próximo ano estes dois valores não deixarão de estar em permanente confronto, não esquecendo que do crescimento efectivo muito irá depender o cumprimento do déficit público (2.2%). No caso de derrapagem orçamental, MFL não deixará de ir recordando ao país as suas previsões, colocando o governo e o ministro em sérios embaraços e marcando pontos a seu favor. Caso as previsões orçamentais se cumpram, o ministro Teixeira dos Santos e o governo conseguirão um triunfo esmagador, como só conseguem os que arriscam contra todas as previsões e avisos. Um duelo interessante a ser seguido, principalmente porque objectivo e mensurável.
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