No preciso momento em que o mundo à nossa volta ameaçava (e ameaça) desabar, a CGTP, em vez de, como seria natural e expectável em qualquer país civilizado, tentar propor e encontrar em conjunto soluções exequíveis que minimizassem o impacto da crise junto dos seus filiados e trabalhadores em geral –defendendo-os –, não encontrou nada melhor para fazer ouvir a sua voz do que uma greve (?) da Função Pública, que sabia à partida condenada ao fracasso, com reivindicações e objectivos que também sabia condenados à partida. Mais ainda: greve destinada a ser arrumada em ½ páginas interiores dos jornais ou em quaisquer 2’ da segunda parte dos telejornais. Masoquismo patológico? Claro que não. Apenas um único (um e só um) objectivo: tentar travar, até ao limite do possível - e mesmo, como é o caso, no limiar do impossível - qualquer tipo de reformas na Função Pública que alterem o statu quo que lhe tem permitido manter o seu poder e o do PCP num sector importante (o que lhe resta, em conjunto com o dos professores) do aparelho de estado. Os trabalhadores? Os filiados? Ah, pois, esses são carne para um canhão que cada vez mais se dedica a fazer apenas barulho – e é cada vez menos audível. É apenas a luta pela sobrevivência no poder. Pura e dura. Nada mais. O que traz sempre consigo o seu quê de grotesco.
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