Entre o início dos anos oitenta e 1995 assisti com alguma frequência a jogos de futebol em Inglaterra; em Londres, para ser mais preciso. Atravessei, portanto, nesses meus rituais de algumas tardes de sábado, toda a época negra do hooliganismo e fui assistindo às medidas tomadas para o debelar, entre as quais e elaboração de regulamentos que se cumpriram, a reconstrução dos estádios que iria culminar no Europeu de 1996, a criação da "Premiership" e a transformação do futebol num espectáculo para toda a família. Durante esse período, nunca assisti a claques transformadas em bandos de arruaceiros ostentando símbolos vagamente neo-nazis (a iconografia nazi é sempre garantia de fascínio para os mais novos ou intelectualmente menos dotados) caminhando para os estádios sob protecção policial, petardos lançados durante os jogos apesar de, no início, ainda existirem zonas nesses mesmos estádios de difícil controle, como os célebres peões atrás das balizas (o futebol, em Inglaterra, é um desporto com grande inserção na working class, e esses peões permitiam a existência de bilhetes muito baratos para os mais jovens), as entradas e saídas nas estações de metro eram feitas ordenadamente seguindo as indicações da polícia, etc, etc. Tudo isto se passava, como disse, há mais de dez anos, em alguns casos há mais de vinte.
Ora pergunto-me como é ainda hoje possível ver a comissária Paula Monteiro, de cada vez que há um jogo entre os chamados “grandes”, lançar alertas na televisão como se viesse aí, por mor de um simples jogo de futebol, o perigo de uma grave alteração da ordem pública, a polícia a conduzir os tais bandos de arruaceiros para os estádios o que, acho, só potência um ambiente de violência latente e onde entram munidos de toda a palafernália que mencionei, petardos a rebentar nas bancadas de estádios novinhos em folha e dotados de todos os modernos sistemas de controle e vigilância e tudo o mais que agora não quero dar ao trabalho de recordar. Como é possível, pergunto? A resposta é, infelizmente, muito simples: como em tudo na vida, são as pessoas que fazem a diferença. Principalmente, aquelas que dirigem.
Ora pergunto-me como é ainda hoje possível ver a comissária Paula Monteiro, de cada vez que há um jogo entre os chamados “grandes”, lançar alertas na televisão como se viesse aí, por mor de um simples jogo de futebol, o perigo de uma grave alteração da ordem pública, a polícia a conduzir os tais bandos de arruaceiros para os estádios o que, acho, só potência um ambiente de violência latente e onde entram munidos de toda a palafernália que mencionei, petardos a rebentar nas bancadas de estádios novinhos em folha e dotados de todos os modernos sistemas de controle e vigilância e tudo o mais que agora não quero dar ao trabalho de recordar. Como é possível, pergunto? A resposta é, infelizmente, muito simples: como em tudo na vida, são as pessoas que fazem a diferença. Principalmente, aquelas que dirigem.
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