"Casablanca", de Michael Curtiz (1942)
"Die Wacht am Rhein": Max Schneckenburger-Karl Wilhelm (circa 1850)
Quando nos lembramos de “Casablanca”, o filme de Michael Curtiz, e de música aquilo que imediatamente recordamos é a canção “As Time Goes By”, quase como um emblema do filme. E, no entanto, um dos momentos mais marcantes e simultaneamente mais comoventes do filme (um filme já de si comovente) é aquele em que um grupo de oficiais alemães entoa, no café do Rick, aquilo que parece ser um hino ou uma canção de guerra, ouvindo-se, pouco tempo depois, a réplica dos franceses presentes entoando a “Marselhesa”, também ela um hino guerreiro, que vai aumentando de intensidade até se sobrepor completamente levando os alemães à desistência, perdendo ali a sua guerra local.
A “Marselhesa” todos a identificamos com facilidade (trata-se, talvez, do hino nacional mais famoso do mundo e arquétipo dos hinos nacionalistas do século XIX, como também o é a “Portuguesa”), mas duvido que fora da Alemanha muitos consigam identificar a canção entoada por aqueles oficiais da Wehrmacht lembrando ali a sua pátria distante. E, no entanto, não se trata de um qualquer hino nazi, ao estilo “Horst Wessel Lied” ou de alguns outros criados e adoptados pelas Waffen SS, por exemplo. A canção, ou o hino, é, também ela, tal como a “Marselhesa”, uma canção patriótica, neste caso alemã, com origem no século XIX quando os alemães temiam a anexação da margem esquerda do Reno pelos franceses, tal como acontecera uns anos antes durante o consulado napoleónico. Daí o antagonismo expresso no filme se revele, para quem conhece a história, ainda mais dramático. Tornou-se, também, em época de unificação alemã, um apelo à unidade. Chama-se “Die Wacht am Rhein”, o que pode ser livremente traduzido usando o meu alemão mais do que incipiente por “Vigilância no Reno”, e, com as duas guerras, tornou-se uma das canções mais conhecidas e cantadas na Alemanha. Parece que no filme, dizem as histórias, esteve para ser substituída pelo “Horst Wessel Lied”, este um verdadeiro hino nazi, só não o tendo sido por questões de copyright. Não confirmo. Mas, para além de ser pouco plausível vermos um grupo de oficiais do exército a cantar um hino nazi, por mim, prefiro bem tenha sido este “Die Wacht am Rhein”, por todas as razões apontadas e por ser uma bonita canção sobre uma das regiões europeias mais de que mais gosto.
A “Marselhesa” todos a identificamos com facilidade (trata-se, talvez, do hino nacional mais famoso do mundo e arquétipo dos hinos nacionalistas do século XIX, como também o é a “Portuguesa”), mas duvido que fora da Alemanha muitos consigam identificar a canção entoada por aqueles oficiais da Wehrmacht lembrando ali a sua pátria distante. E, no entanto, não se trata de um qualquer hino nazi, ao estilo “Horst Wessel Lied” ou de alguns outros criados e adoptados pelas Waffen SS, por exemplo. A canção, ou o hino, é, também ela, tal como a “Marselhesa”, uma canção patriótica, neste caso alemã, com origem no século XIX quando os alemães temiam a anexação da margem esquerda do Reno pelos franceses, tal como acontecera uns anos antes durante o consulado napoleónico. Daí o antagonismo expresso no filme se revele, para quem conhece a história, ainda mais dramático. Tornou-se, também, em época de unificação alemã, um apelo à unidade. Chama-se “Die Wacht am Rhein”, o que pode ser livremente traduzido usando o meu alemão mais do que incipiente por “Vigilância no Reno”, e, com as duas guerras, tornou-se uma das canções mais conhecidas e cantadas na Alemanha. Parece que no filme, dizem as histórias, esteve para ser substituída pelo “Horst Wessel Lied”, este um verdadeiro hino nazi, só não o tendo sido por questões de copyright. Não confirmo. Mas, para além de ser pouco plausível vermos um grupo de oficiais do exército a cantar um hino nazi, por mim, prefiro bem tenha sido este “Die Wacht am Rhein”, por todas as razões apontadas e por ser uma bonita canção sobre uma das regiões europeias mais de que mais gosto.
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