Sim, eu sei que raramente os intelectuais interessantes são bons políticos - embora me pareça que os grandes políticos (falo daqueles mesmo grandes) são frequentemente pessoas interessantes. Pensei nisto ao lembrar-me das intervenções de António Costa na “Quadratura do Círculo”, demasiado pobres e desconchavadas, com uma deprimente falta de interesse, ditas com a incomodidade mal escondida de quem parece ter sido feito para não estar ali. Se calhar nada disto seria importante se ao vê-lo contra-argumentar com Pacheco Pereira e Lobo Xavier me pudesse lembrar de uma boa e inteligente gestão na Câmara Municipal de Lisboa. Mas o problema é exactamente esse: não consigo, o que faz com que juntando a mediocridade demonstrada em ambas as funções – comentador e presidente camarário – comece a pôr seriamente em causa o que já está muito para além delas: o homem e as suas reais capacidades.
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