Claro que para conhecer a opinião do Presidente da República sobre a questão do Kosovo, mais a mais tendo em atenção o cordial relacionamento de longa data entre ambos, bastaria a Manuela Ferreira Leite ter falado ao telefone com Cavaco Silva. Mas ao optar por solicitar uma audiência formal, a líder do PSD quis acima de tudo enviar ao partido e ao país sinais inequívocos de que, primeiro, a posição que iria propor ao partido teria o acordo e seria a mesma que a do PR, segundo, que o PSD, numa altura em que se fala abertamente de uma relação mais crispada ou menos consensual entre o governo e Cavaco Silva, continuaria a ser ainda o partido “natural” do PR, situação mais reforçada com a eleição de Ferreira Leite e o momento, aparentemente, mais turbulento do relacionamento entre São Bento e Belém. Mas como tudo tem também sempre um reverso, será que assim Ferreira Leite consolida a sua imagem de líder forte e com ideias próprias ou está apenas a tentar remeter para Cavaco a imagem incómoda de efectivo líder da oposição?
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