quinta-feira, outubro 30, 2008

Viva o general Tapioca; abaixo o general Alcazar!!! (ou será vice-versa?)

Todos já ouvimos falar de “pronunciamentos“ militares, mas temo poucos conheçam a origem do termo. Eu próprio desconheço se a sua origem é espanhola ou sul-americana (inclino-me mais para esta hipótese), mas a palavra original é “pronunciamiento” e a “coisa” passava-se mais ou menos assim: descontentes com um governo, um grupo de oficiais declarava a sua intenção de derrubá-lo e estabelecer uma ditadura militar, assim daquelas tipo general Alcazar e general Tapioca. Aguardava-se, então, para ver se havia apoio suficiente por parte dos seus “camaradas de armas” (isto é, contavam-se as espingardas: melhor, as vozes) e, caso existisse, o assunto estava arrumado e lá se arranjava um general adequado (ou seja, suficientemente bronco e incompetente) para chefiar o novo governo. Caso não existisse esse apoio maioritario, lá a “coisa” fiava mais fino e os revoltosos, na melhor das hipóteses, acabariam na reserva ou no exílio. E assim sucessivamente, qual filme em “pescadinha”. A grande vantagem do assunto, do dito pronunciamento, é que não havia lugar a combates, mortos e feridos, essas coisas sanguinolentas e outras eventualmente ainda mais desagradáveis e chocantes.

Parece que por cá o pronunciamento, pelo menos neste momento, se limita aos generais na reserva. Acho boa ideia: é assim como quando, em adolescentes, sem nos expormos, intercedíamos junto de um irmão mais velho para este pedir em nosso nome, ao pai ou à mãe, para que nos fosse concedida qualquer benesse, mesmo que face a uma nota menos boa nos estudos, fosse a chave do carro no sábado à noite ou um aumento da mesada. Não têm os nossos generais na reserva armas nem comandam tropas? Paciência: como também já estão na “reserva” não haverá grandes consequências se o “pronunciamento” falhar. Mas, já agora, uma pergunta. Tal como em 1956 bricávamos, eu e os meus amigos de então, no recreio do colégio, aos húngaros e russos, substitutos ocasionais dos polícias e ladrões, porque não organizam os nossos generais na reserva um torneio de paintball? Uns seriam pelo Sócrates e outros, os “jovens mais impulsivos”, pelo General Tapioca, a breve trecho substituído pelo seu rival Alcazar. Haveria poucos a “alinhar” pelo Sócrates? Pois, calculo, mas também nas nossas brincadeiras de colégio era uma chatice arranjar quem quisesse ser pelos russos! Mas lá se arranjava, pois claro, caso contrário não haveria brincadeira, o que era o pior dos castigos!

1 comentário:

Anónimo disse...

Dá licença, meu General !!
Mas que saudades em, que, quando um General falava todo o mundo arfava.
Coitado do Snr. ainda vive de recordações (vá-se lá saber porquê)
Só mesmo um Sócrates (e nem precisa do seu melhor) para o pôr no seu (devido) lugar só faltava mais este(s) Amigo o povo não está contigo...só para relembrar ? quando
assinam contrato não sabem as regras.
Cumprimentos