Sim, eu sei, isto está mais para professores Zandinga ou para quem tenha dons de pitonisa do que para fazer orçamentos com um mínimo de rigor. Também sei que em tempos de crise e risco de recessão o governo dar sinais de pessimismo não é algo que se recomende e deseje, muito antes pelo contrário. Mais ainda, todos sabemos que um orçamento com algum carácter expansionista era, na conjuntura, inevitável, com o consequente abrandamento do ritmo de contenção do “déficit” público. Mas – mas – por outro lado, também sabemos que o controle do “déficit" é talvez a área de maior sucesso deste governo (o que já não é nada pouco), e que o ministro Teixeira dos Santos assim granjeou uma reputação de rigor e boa governação que muito útil tem sido ao governo no seu todo.
Tendo dito isto, acho que o governo, ao prever um “déficit” para 2009 igual ao de 2008 (2.2%) com um crescimento pouco provável do PIB de 0.6% (o FMI prevê 0.1%, embora saibamos que é, por norma, pessimista, e os 0.8% previstos para este ano ainda não são facto consumado), estará a arriscar demasiado a, pela primeira vez, não cumprir as metas estipuladas para o “déficit” público, arriscando-se a trocar muita coisa (uma área em que granjeou merecida reputação de seriedade e rigor e sucesso) por pouco, nada ou mesmo coisa nenhuma. Politicamente – penso – teria sido bem mais sensata uma previsão um pouco abaixo (v.g. 2%), mesmo que à custa de algumas "benesses" (seria necessário fazer contas), que permitisse uma mais do que provável revisão posterior para um valor que não ultrapassasse os 2.2% deste ano. Assim, no fio da navalha, qualquer revisão “em baixa” dos 0.6% de crescimento (Francisco Van Zeller já invocou a ajuda de Deus e eu próprio, agnóstico, no caso dele, católico, teria mesmo já mandado rezar algumas missas), arrisca-se a “atirar” o valor do "déficit" para um nível superior ao deste ano, o que constituirá um enorme falhanço e um erro político de monta por parte do governo.
Tendo dito isto, acho que o governo, ao prever um “déficit” para 2009 igual ao de 2008 (2.2%) com um crescimento pouco provável do PIB de 0.6% (o FMI prevê 0.1%, embora saibamos que é, por norma, pessimista, e os 0.8% previstos para este ano ainda não são facto consumado), estará a arriscar demasiado a, pela primeira vez, não cumprir as metas estipuladas para o “déficit” público, arriscando-se a trocar muita coisa (uma área em que granjeou merecida reputação de seriedade e rigor e sucesso) por pouco, nada ou mesmo coisa nenhuma. Politicamente – penso – teria sido bem mais sensata uma previsão um pouco abaixo (v.g. 2%), mesmo que à custa de algumas "benesses" (seria necessário fazer contas), que permitisse uma mais do que provável revisão posterior para um valor que não ultrapassasse os 2.2% deste ano. Assim, no fio da navalha, qualquer revisão “em baixa” dos 0.6% de crescimento (Francisco Van Zeller já invocou a ajuda de Deus e eu próprio, agnóstico, no caso dele, católico, teria mesmo já mandado rezar algumas missas), arrisca-se a “atirar” o valor do "déficit" para um nível superior ao deste ano, o que constituirá um enorme falhanço e um erro político de monta por parte do governo.
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