segunda-feira, dezembro 15, 2008

Melina Mercouri e "Ta Pedhiá tou Pireá"

Melina Mercouri - " Ta Pedhiá tou Pireá".
Do filme "“Pote tin Kyriaki”, de Jules Dassin (1960)
A canção de Mános Hadjidákis chama-se « Les Enfants du Pirée » (em grego Τα παιδιά του Πειραιά, "Ta Pedhiá tou Pireá") e faz parte da banda sonora de um filme que a tornou famosa ou, provavelmente, terá sido antes a fama granjeada pela canção que tornou famoso o filme. Bom, adiante. Certo é que o filme de Jules Dassin (o seu filme mais conhecido dos cinéfilos será talvez o anterior “Du Rififi Chez les Hommes”) se chamava “Jamais le Dimanche”, ou “Pote tin Kyriaki” (1960), e contribuiu para lançar definitivamente Melina Mercouri (1920-1994) para a política (foi deputada pelo PASOK, o partido grego da Internacional Socialista), para a fama, para os braços de Dassin e, mais tarde, depois da queda da ditadura dos coronéis (que por sua vez a tinha lançado para o exílio), para um lugar de ministra da cultura do governo grego.

Devo confessar não ver o filme há umas décadas, daí não me querer pronunciar por via de tão longínquas memórias. Mas penso que, por questões da moral conservadora e “bons costumes” (Mercouri, prémio para a melhor interpretação feminina em Cannes, faz papel de prostituta), pelo menos aparentes, da ditadura salazarista, esteve proibido aqui no rectângulo não sei se até Marcelo Caetano se mesmo até ao 25 de Abril. Aliás, para ser mais honesto, não sei mesmo se o filme chegou algum vez a ser exibido comercialmente em Portugal.

A canção, sim: foi mais ou menos um êxito aqui pela rádio, mais na versão em francês de Dalida do que na versão original. Pois aqui deixo esta última, num excerto protagonizado por Melina Mercouri no filme de Jules Dassin (1911-2008).

23 comentários:

Karocha disse...

Acho que não foi.
Eu tinha o vicio das sessões clássicas do Império e não o vi.

JC disse...

Tb tendo a pensar que não, mas não tenho a certeza. De qualquer forma, penso as "clássicas" acabaram pelo 25 de Abril e o filme terá estado proibido antes.

Karocha disse...

Como?
Não senhor, acabaram mas pós 25 de Abril não sei em que ano.
Até Pasolini passaram!

JC disse...

Pensei que tinha sido logo a seguir; nessa altura andava noutros entretenimentos...

Karocha disse...

Quando foi o 25 do A eu tinha 15 ou 16, não me apetece fazer contas hoje, e como não podia fazer nada,enfiava-me no Império e via 3 a 4 filmes por tarde,vi o Pasolini todo,A Nave dos Loucos,Bom cinema francês,Italiano etc.
Um fartote :-)

Rato disse...

O filme está disponível na Amazon e barato! Eu tenho a versão da Região 1, falado em Grego e Inglês e com legendas em inglês, francês e espanhol.
Aproveitem e mandem vir um outro clássico, também com a Melina Mercouri, também realizado pelo Dassin e também nunca editado por cá: "TOPKAPI" (1964), uma deliciosa comédia de ladrões que planeiam roubar uma jóia de um museu

JC disse...

Obrigado, Rato. Não vi o "Topkapi" e vi o "Jamais le Dimanche" em Paris, daí as minhas dúvidas s/ a sua exibição em Portugal. Mas isto de cinema em K7 (i.e. sem écran grande e sala escura) é, para mim, um pouco como o Nespresso: café em pastilhas! Só mesmo quando não pode deixar de ser.

Karocha disse...

LoooLLLL

Jc vou baixa-los no Pc!

Obrigada rato :-)

Rato disse...

JC: Sempre fui um Grande amante de Cinema, deste tenra idade. Em LM cheguei a pertencer ao Cine-Clube local, onde me iniciei na crítica escrita. Ainda hoje guardo com todo o carinho um livro já muito esfarrapado onde, de 1967 a 1975, anotei todos os filmes que vi, as datas, as salas de cinemas e por aí fora. Normalmente ia ao Cinema três ou quatro vezes por semana, até há uns anos atrás.
Depois..., bem depois começou a "era da pipocada" e da "má educação". Hoje tenho felizmente em casa condições óptimas (quer visuais quer sonoras) para assistir aos filmes que quero em perfeitas condições, quer aqui no computador quer lá dentro na sala. É só escolher o local e ir buscar o filme desejado à prateleira.
Raramente me desloco agora para as salas escuras (as bicas lá fora sabem quase sempre mal, prefiro de longe o meu Nespresso caseiro). E quando o faço é quase sempre "à socapa" e a uma primeira sessão, para não ter de levar com os "índios" em cima. Ah, e claro, quando o filme me consegue atrair, o que também é cada vez mais raro acontecer.
A propósito, estive ontem e hoje às voltas com uma coletânea do Reggiani (já está no blog do Rtao e aconselho-a vivamente) e como isso me fez lembrar o "Leopardo" do Visconti vou rever o filme (há muitos anos que não o faço), logo que acabe este comentário. São cerca de 3 horas, mas como ainda são 10 e meia não corro o risco de amanhã não me levantar a tempo para mais um dia de serviço.
Uma boa noite para ti, que a minha já está garantida por hoje.

Karocha disse...

Grande Filme Rato
Divirta-se :-)

JC disse...

Pois, caro Rato, já há uns dias tinha posto nos favoritos a cena da valsa da sequência do baile do "Leopardo", para passar no "blog" um dia destes (a valsa é do Verdi). Revi o filme há uns 3 ou 4 anos, no Nimas.
Pois eu continuo a preferir café de balão em casa (Moka Harrar ou Colômbia Supremo, que o Kona ou o Jamaica Blue Mountain custam o preço do ouro em pó) e cinema no cinema. Mas, concordo, o melhor é a sessão das 13h, ao domingo, quase s/ gente.
Abraço

Karocha disse...

Blue Mountain JC

E depois eu é que fico com a fama LOL

ié-ié disse...

O que mais me encanta é que JC conseguiu a grafia grega! Meu Deus! Eu é que sou mesmo nabo!

LT

Rato disse...

Ó Luís, tal como não há bruxas não existem encantamentos. Basta ires ao IMDB (Internet Movie Database) que encontras lá todos os títulos dos filmes estrangeiros nas respectivas línguas maternas. Depois é só fazer Copy/Past.
Ah, e se quiseres podes também ir ao dicionário on-line.
Sabes como se escreve "cabeludos" em grego?
Assim: τριχωτών

Rato disse...

Gostei de rever "Il Gattopardo", mas mais uma vez fiquei com a certeza de que para mim estará sempre a meio da "tabela" Visconti. Acima dele estarão sempre outros títulos: "Senso", "La Caduta Degli Dei", "Morte a Venezia", mesmo a "Bellissima". Ah, e a "declaração de amor" do autor pelo Delon (nunca uma câmara filmou alguém com tanto enlevo como em "Rocco e i Suoi Fratelli"), talvez o expoente máximo viscontiano que tenciono rever mais logo também.
Os nomes originais italianos são, como não podia deixar de ser, uma homenagem ao meu amigo YéYé.

JC disse...

1. Karocha: não percebi essa do Blue Mountain.
2. A grafia foi tirada assim claro, mas acho da wikipédia ou coisa no género. Não se se existe no IMDB. A propósito, um divertimento interessante quando das minhas viagens a Grécia e à antiga Jugoslávia (nas áreas em que se escreve em círilico - Sérvia e Macedónia, p. ex.)era tentar decifrar os nomes escritos nas placas toponímicas em função nos nomes escritos no mapa em alfabeto latino. Indispensável para quem não se quer perder.
3. De acordo: "Senso" é o filme mais operático da história do cinema e não por acaso começa com "Il Trovatore" (Verdi - Vittorio Emanuel Re de Italia). Mas a 1ª vez que o vi não gostei!!!(já devo ter visto 5 ou 6 vezes)."La Caduta degli Dei" (vá lá, "Os Malditos"), por sua vez um Visconti mal amado pela crítica, é uma lição de História sobre a ascenção do nazismo. Está lá tudo, até (esta é para o LT e nem preciso de fazer copy/paste)a "Nacht der langen Messer" (ver http://eusouogatomaltes.blogspot.com/search?q=noite+dos+facas+longas).
Abraço

Karocha disse...

É como dizem o estuporado do meu humor Britânico a funcionar!

Como dizem que eu tenho gostos muito caros e que eu saiba esse é um os cafés mais caros do Mundo ;-)))

Karocha disse...

Rato
Uma pergunta
Baixam-se os filmes na net alguns têm legendagem,depois gravam-se em dvd mas quando se põem no leitor para ver na televisão a legendagem ou o som não dá, o que está errado no que estou a fazer, sabe?

Rato disse...

Lamento, Karocha, mas não te sei ajudar. Acontece que nunca "baixei" filmes da net, nem tenciono fazê-lo. Não por um qualquer escrúpulo moralista, mas acontece que em matéria de Cinema tenho de ter sempre o produto original, "comme il faut".
Quando não consigo mesmo arranjar o que quero então vou ao Clube de Vídeo buscar o que me interessa para copiar (neste caso só funciona para as novidades, claro, pois os Clubes de Vídeo têm a estranha ideia que os filmes vêm com "prazo de validade" e ao fim de algum tempo desfazem-se deles) ou então peço a amigos para mos gravarem.

Karocha disse...

Acredito Rato
O meu filho Economista/trader também não sabe!
Ontem chegou e disse ,depois da lição dos mercados e do burlão americano, esse blog se o firefox não reconhece tem que ser com o explorer(que eu detesto).
No outro dia baixei com excelente qualidade o último do Robert de Niro/Al Paccino que ainda não tinha estreado e não é Pirataria estão lá todos para baixar.
Pronto, tá bem vejo-os no PC

JC disse...

Ah!, a Karocha não consegue ouvir as músicas deste "blog" provavelmente porque o Firefox não reconhece os plug-ins. tem de usar o Explorer.
Quanto á legendagem e vamos ver se não digo asneira da grossa. A legendagem é electrónica e por isso não aparece quando se faz o download. Será? Se eu gravar da TV uma série com legendagem escolhida através do teletexto (vejo mtªs vezes séries na BBC Prime c/ recurso a legendagem em inglês, pois assim posso ouvir baixo e não ter de estar com o ouvido 100% alerta, a legendagem tb não aparece. Se calhar, disse asneira, mas acho faz sentido.

Karocha disse...

Disse sim JC mas não faz mal;-)

Anónimo disse...

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