"Hoje, dia 11 de Novembro, em que se celebra o dia o armistício que pôs fim à Grande Guerra (às 11 horas de dia 11-11-1918), milhões de britânicos usam esta papoila na lapela, símbolo do seu respeito por aqueles seus concidadãos que morreram nessa guerra e nas restantes, fossem elas justas ou injustas. Em Portugal, quando eu era criança e ainda havia alguns sobreviventes da participação portuguesa na Flandres, o meu pai, que nunca sequer foi militar, mesmo do serviço obrigatório, ostentava durante alguns dias, na sua lapela, não me lembro se nesta altura se em Abril, quando do aniversário da batalha de La Lys, uma miniatura de capacete militar, símbolo da sua homenagem aos que aí tinham morrido e também da sua contribuição para que essa memória se mantivesse viva. Talvez fosse também uma maneira possível daqueles que contestavam a ditadura isolacionista afirmarem essa sua oposição e a adesão aos ideais da República e da democracia, admito-o, mas penso isso acabava por se diluir na homenagem sincera aos antigos combatentes. Depois, os já raros sobreviventes da Grande Guerra foram desaparecendo e Portugal não tinha participado na II Guerra, a da geração do meu pai. E, com a guerra colonial, o termo combatente ou antigo combatente tomou conotações ideologicamente muito definidas, à direita: a ditadura fomentou-o, à esquerda radical deu-lhe algum jeito e os antigos combatentes, infelizmente, deixaram que isso assim acontecesse. É pena, pois Portugal tem bem razões para se lembrar de todos aqueles que, um dia, pelas boas ou más razões, independentemente da sua vontade ou determinados por ela, em ditadura ou democracia, mesmo que numa guerra injusta, morreram ou se sacrificaram, por vezes sabe-se lá porquê e até contra as suas ideias e ideais, nos campos de batalha de uma qualquer guerra. Até por que é a uma dessas guerras, embora injusta e muito por essa razão, que Portugal deve a democracia e a liberdade, enfim, um passo muito grande no caminho daquilo que conhecemos como fazendo parte da civilização. "
Post publicado a 11 de Novembro de 2007
In Flanders fields the poppies blow
Between the crosses, row on row
That mark our place; and in the sky
The larks, still bravely singing, fly
Scarce heard amid the guns below.
Between the crosses, row on row
That mark our place; and in the sky
The larks, still bravely singing, fly
Scarce heard amid the guns below.
We are the dead. Short days ago
We lived, felt dawn, saw sunset glow,
Loved and were loved, and now we lie
In Flanders fields.
Take up our quarrel with the foe;
To you, from failing hands, we throw
The torch; be yours to hold it high.
If ye break faith with us who die
We shall not sleep, though poppies grow
In Flanders fields.
"In Flanders Fields" - a poem by Major John Mc Crae (1915)
2 comentários:
Curiosamente, fui ver o blogue do Vítor Dias, que respeito muito, e ele também só fala do 90º aniversário do armstício. Nada de Angola. Algum significado?
LPA
Eu sou pró europeu, federalista convicto, multinacional de vários sangues e origens europeias. Lá andei de papoila ao peito. Não me parece seja o caso do Vítor Dias. Mas não me parece para o PCP falar hoje em dia da independência de Angola possa ser mtº "rewarding".
Abraço
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