- Sabendo que o número de deputados por habitante não é em Portugal superior à média dos Estados da UE, qual efectivamente o racional que justifica as propostas para uma diminuição do seu número? Ela é essencialmente económica (poupar dinheiro) ou política (melhorar a qualidade da democracia)? Como se espera contribua para uma melhoria da qualidade do exercício do poder democrático?
- Porque razão tanta gente se preocupa com o facto dos candidatos a deputados serem escolhidos pelas direcções partidárias e não vejo idêntica preocupação com a possibilidade (real) de Portugal poder ter um qualquer governo em que apenas o primeiro-ministro se apresentou a eleições e todos os outros membros são escolhidos pelas mesmíssimas direcções partidárias?
- Independentemente da velha questão do "caciquismo" e do "populismo", já tão conhecidos das eleições autárquicas, e no caso dos círculos uninominais, já alguém pensou como irão estes ser "desenhados"? Quem os propõe conhece bem, independentemente de questões de proporcionalidade que podem ser compensadas nacionalmente, o modo como esse desenho pode influenciar e deturpar os resultados eleitorais (gerrymandering)? Será que na difícil conjuntura actual, em que a indispensável redefinição autárquica já arrastará consigo dificuldades suficientes, estaremos todos dispostos a travar mais essa guerra, mais ou menos inútil?
Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
domingo, junho 26, 2011
Três perguntas simples
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