sexta-feira, junho 17, 2011

1ªs notas muito breves sobre a constituição do governo

  1. Ao contrário do que parecia ser a intenção anunciada, o governo não consegue abrir-se a alguns independentes da área do centro-esquerda. Pelo contrário, parece-me inclusivamente um governo ideologicamente bastante homogéneo e, adepto como sou de uma separação clara das águas quando exista uma maioria parlamentar suficiente para governar, não vejo nada de negativo nessa homogeneidade, até porque o PS se encontra vinculado ao MoU que constituirá parte relevante do programa governativo.
  2. Notei uma certa semi-desilusão nas pessoas da área mais liberal com as quem troquei uma ou outra opinião, necessariamente apressada. Faltará, talvez, um nome "de peso" nas Finanças, como Vítor Bento, por exemplo, que constituiria um sinal. Para mim, a questão não será essa, mas sim alguma falta de peso e experiência políticas em áreas fundamentais como a Educação, Saúde (ser director-geral bem sucedido nos Impostos é uma coisa e ministro é outra bem diferente), Economia e até mesmo Finanças, apesar do respaldo do P.R..
  3. Por outro lado, na Agricultura a experiência política será suficiente e existe o respaldo de Paulo Portas, mas numa área tão técnica Assunção Cristas parece um erro de "casting".
  4. Experiência política e competência técnica parecem coexistir na Justiça. Mas terá uma Paula Teixeira da Cruz tão "cortante", muitas vezes tão pouco "política", o perfil exigido para romper com o passado numa área onde as corporações impõem a sua lei ?
Enfim... Uma coisa fica desde já certa: podendo vir a ser bem ou mal sucedido, trata-se de um governo ideologicamente consistente e que não pretende subsistam quaisquer dúvidas sobre o seu alinhamento ultra- liberal. 

3 comentários:

Vic disse...

Ao que consta, o Vitor Bento não aceitou ser ministro.
Quanto ao resto, é evidente que não espero nada de bom vindo dali- também os tempos não estão para esperar grandes coisas, é verdade - mas aquela de não haver miistério da Cultura..,
Enfim, houve uma coisa que me surpreendeu: a colocação de PP como nº 3. Mas principalmente a aceitação de tal situação tão pacificamente por parte do visado.

Abraço

(no post dos "sapatos", está uma pequena "informação" mais, que dá alguma força às minhas interrogações)

JC disse...

Não partilho da crítica s/ a ausência de Ministério da Cultura. Acho há coisas bem mais significativas.
Abraço

Rato disse...

Realmente não é por haver Ministério ou Secretaria de Estado que se faz melhor ou pior pelas coisas ditas culturais.
Assim haja empenho e vontade.