Não sei se Paulo Macedo virá ou não a ser um bom ministro da Saúde. Por mim, que sou um defensor do Estado-Providência, espero que proceda a uma racionalização do SNS de modo a que este consiga prestar cada vez com maior eficácia os seus serviços a todos (repito: todos) os cidadãos, e será em função disso que farei a minha avaliação. Mas o que acho lamentável é o processo de intenções que lhe está já a ser movido, vindo de sectores da esquerda radical, pelo facto de ter trabalhado na Médis e, para tal gente (da esquerda radical), isso significar que, enquanto ministro, irá defender os grupos privados de saúde, em geral, e a Médis, em particular. No limite, e levado este raciocínio às últimas consequências, tal significaria que ninguém poderia mudar de emprego para uma empresa concorrente, nos sectores público, privado ou entre ambos, sem carregar consigo a suspeição de o fazer sempre para defender os interesses da sua anterior entidade empregadora. Sobre o que este raciocínio revela de sectarismo, mentalidade mesquinha e persecutória, "ódio de classe" e estreiteza de vistas, não vale a pena acrescentar o que quer que seja. Haja pachorra.
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