Quando temos perante nós uma tarefa complicada e difícil, com objectivos cujo cumprimento exige o nosso melhor, mandam as regras da gestão e do bom-senso que nela nos concentremos sem nos deixarmos distrair por questões acessórias, sem tentarmos ser "mais papistas do que o Papa" convencendo-nos de que podemos ir mais além. É este o caso futuro governo PSD/CDS, mais a mais sabendo que limitando-se a executar o trabalho que lhe é prioritariamente pedido terá, no mínimo e obrigatoriamente, a neutralidade do principal partido da oposição.
É exactamente por isso que me parecem pouco avisadas as afirmações de Passos Coelho sobre o compromisso do seu governo ir mais além do que é pedido no Memorando de Entendimento e, pior, falar de revisão constitucional, algo para que necessitará do nada provável apoio do PS. Gostaria bem mais de ter ouvido da parte do primeiro-ministro indigitado e do seu "compagnon de route" Paulo Portas o compromisso solene de que o cumprimento do MoU seria a sua tarefa essencial, e a tal dedicariam o seu melhor, considerando com a realização desse objectivo cumprido integralmente o seu dever de governantes. E que se mais e melhor conseguissem vir a fazer (o que tentariam), tal se fizesse sem bravata e anúncio prévio do que não é garantido. Assim, estão a arriscar demasiado, o que seria um problema apenas seu se não arriscassem também o país.
2 comentários:
Face ao que se avizinha...chamaria a esta bravata...manobras de diversão.
Até pode ser que tenha razão, mas prefiro pensar que é falta de experiência.
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