quarta-feira, junho 23, 2010

Uma questão de Boatengs...

No Alemanha-Gana (está no intervalo) estão a actuar dois jogadores de apelido Boateng. Pretos. Irmãos. Ambos nascidos na Alemanha filhos do mesmo pai ganês e da mesma mãe alemã. Acontece que um joga pela Alemanha e outro pelo Gana. Importam-se os adversários dos “jogadores naturalizados”, das “naturalizações por interesse” (como se qualquer um, dentro da lei, não pudesse tomar decisões em função do que lhe interessa), os partidários da selecção composta apenas por aqueles que eles definem ser jogadores portugueses (de nascimento?, de sangue?, de “raça”?, de cultura?), qual dos irmãos Boateng consideram cumpre os seus parâmetros de nacionalidade? Qual é o Boateng “correcto” e o Boateng “incorrecto”? Agradecido...

5 comentários:

ié-ié disse...

Lá está o JC a misturar alhos com bugalhos... porque lhe interessa, é claro!

O exemplo que dá só confirma aliás a minha tese antibrasileiros na "selecção portuguesa", via "pernas de aluguer".

É o mais natural os dois irmãos alinharem em selecções diferentes. Digo eu, é claro!

Já agora uma provocação: e o José Saramago? Por que selecção alinharia?

LT

JC disse...

Pela ibérica, caro LT!

Anónimo disse...

Os critérios de nacionalidade variam consoante a geografia e a história.

Os novos países saídos de colonização naturalmente que só podem privilegiar o "jus soli" ou a nacionalidade em função do local de nascimento.
Já os países colonizadores e os mais antigos privilegiam o "jus sanguinis" ou a nacionalidade em função da filiação.

Assim sendo, ocorrem cada vez mais fenómenos de multinacionalidade passíveis de levar o interessado a uma opção de nacionalidade.

Foi o caso do jogador Pires da selecção gaulesa de futebol que, filho de pais portugueses, optaria pela nacionalidade francesa, não obstante ter declarado possuir passaporte portuguès.

As organizações do futebol, como FIFA e UEFA, têm mostrado ser ainda mais conservadoras no tocante aos aspectos de nacionalidade, como o atesta o caso Bosman.E a prová-lo está a nova e restritiva regra da FIFA, de 2009, que obriga a uma residência mínima de cinco anos prévia à aquisição da nacionalidade do país da residência.

Isto é tudo menos "pernas de aluguer" ( em matéria de aluguer, um aluguer de cinco anos é um acto de administração extraordinária !).

Foram os portugueses que deram "pernas", formação futebolística releventer e valor acrescentado aos naturais sul-americanos que, com muito mérito, envergam a camisola nacional.

JR

Anónimo disse...

Atenção que não existe a raça "preta" mas sim "negra". Normalmente o primeiro termo é usado pejorativamente

JC disse...

Não existem sequer "raças", caro anónimo. E sempre disse "pretos", mesmo perante amigos e conhecidos dessa cor. Considero "negro" um termo preconceituoso e "preto" sem nada de pejorativo. Nos USA, por exemplo, "black" é o termo usado pelos americanos de origem africana, descendentes dos escravos.
Genericamente de acordo, caro JR