Quem habitualmente lê este “blogue”, sabe que estou muito longe de ser um entusiasta da candidatura de Alegre. Ou mesmo do personagem, excepto quando Adriano Correia de Oliveira dá voz a alguns dos seus poemas da resistência. Por razões políticas que já tive oportunidade de explicar, claro. Disse, inclusivamente, que o PS não deveria apanhar o comboio de quem traz consigo, ab initio, os que se opõem a alguns dos princípios básicos definidores do regime (Estado de Direito Democrático, economia baseada na livre iniciativa e integração e aprofundamento da UE) e que a sua direcção terá tratado do assunto com os pés e desse modo continuará a fazê-lo - com “um pé dentro e outro fora” –, o que é lamentável.
Tal não me impede de dizer, contudo, que ao afirmar que “no actual contexto político-partidário, julgo que Sócrates [ao apoiar Alegre] cometeu um erro grave, que porventura mesmo lhe poderá ser fatal e ao PS”, Mário Soares deverá explicitar, de forma bem clara, as razões deste seu raciocínio e qual a estratégia alternativa que, em sua opinião, seria recomendável o PS e o seu secretário-geral terem seguido para não chegarem a esta situação.
É que o facto de ser o “pai da pátria” não o torna infalível - como muito bem prova a sua trágica candidatura de há 5 anos - e da sua enorme experiência política e do seu estatuto de símbolo vivo da social-democracia portuguesa e europeia bem deveriam os que se reconhecem nesse seu enorme contributo - e acima de todos os outros os militantes do seu partido, nos quais não me incluo - exigir a Mário Soares um pouco mais na defesa dos valores que, desde há longo tempo, são os seus e, muito por sua influência, também os de alguns milhões de portugueses.
Tal não me impede de dizer, contudo, que ao afirmar que “no actual contexto político-partidário, julgo que Sócrates [ao apoiar Alegre] cometeu um erro grave, que porventura mesmo lhe poderá ser fatal e ao PS”, Mário Soares deverá explicitar, de forma bem clara, as razões deste seu raciocínio e qual a estratégia alternativa que, em sua opinião, seria recomendável o PS e o seu secretário-geral terem seguido para não chegarem a esta situação.
É que o facto de ser o “pai da pátria” não o torna infalível - como muito bem prova a sua trágica candidatura de há 5 anos - e da sua enorme experiência política e do seu estatuto de símbolo vivo da social-democracia portuguesa e europeia bem deveriam os que se reconhecem nesse seu enorme contributo - e acima de todos os outros os militantes do seu partido, nos quais não me incluo - exigir a Mário Soares um pouco mais na defesa dos valores que, desde há longo tempo, são os seus e, muito por sua influência, também os de alguns milhões de portugueses.
4 comentários:
Manuel Alegre será um excelente candidato para morder as canelas a Cavaco, dará no entanto um péssimo Presidente (digo eu!).
LT
Olha que, se calhar, até bem pode ser o contrário... Penso que, se chegasse a Presidente, o que ele deseja ardentemente,até poderia ser bem pouco interventivo. Caso isso acontecesse, como adepto do parlamentarismo, não acho nada mal. Mas o problema não é esse. É ter ou não condições, em termos políticos, para ser candidato c/ o apoio do PS, o que acho não tem pelas razões que tenho enunciado.
Como os portugueses não gostam de pôr todos os ovos no mesmo saco, até pode ser que Alegre tenha hipóteses, tendo em consideração que o PSD talvez possa ganhar as próximas eleições (o que seria bom para o PS).
LT
Não me parece Alegre tenha mtªs hipóteses. E essa de os portugueses não gostarem de todos os ovos no mesmo saco jáé quase mito urbano!
Enviar um comentário