Sobre o patriotismo...

Ao ler as declarações de Vasco Lourenço sobre o almirante Rosa Coutinho, no dia da sua morte, pergunto-me se ainda faz algum sentido hoje, no final da primeira década do século XXI, referirmo-nos a alguém como um “patriota”, um termo que nos remete para o período áureo das ideologias nacionalistas do século XIX, da formação dos estados-nação; se essa designação ainda pode pontificar como primeira e mais importante característica que nos ocorre quando queremos destacar alguém, as suas qualidades e personalidade. Nada disto pretende vir em abono ou desabono de alguém tão polémico e sobre o qual não tenho informação suficiente para traçar um perfil, para além, em seu favor, de ter sido um destacado elemento do 25 de Abril, e por isso lhe devemos respeito e gratidão. Mas pergunto-me, quando olho em volta para amigos, conhecidos ou personalidades relevantes da vida política, social e empresarial portuguesa que possa conhecer mais de perto ou com maior profundidade, se alguma vez a palavra “patriota” seria aquela que usaria para me referir, “top of mind”, a algum deles, se isso faz ainda algum sentido nos dias de hoje e qual o seu significado. Francamente, tenho dúvidas nos dois casos...