quarta-feira, junho 16, 2010

A selecção, um grande ausente e o próximo jogo com a Coreia

O grande ausente da selecção portuguesa no jogo de ontem não terá sido Nani (apesar de ser uma ausência de vulto), nem sequer Moutinho, Carlos Martins ou, até, como já por aí ouvi dizer (o disparate não tem limites), pasme-se!, Ricardo Quaresma. O grande ausente foi um cidadão português nascido no Congo, filho de pai português e mãe congolesa, exprimindo-se com dificuldade na língua de Camões. Pois claro, estou a falar do meu concidadão José Bosingwa da Silva que, com as suas cavalgadas pelo flanco direito, a sua fiabilidade defensiva e a sua competência ofensiva, permite dar flexibilidade e transformar aquele afunilado 4X3X3 de Queiroz (Cristiano e Simão têm tendência a procurar o “meio”) num 4X4X2 com Cristiano a poder aparecer junto do ponta-de-lança sem que a equipa perca largura.

Óbvio que me dirão: Coentrão pode fazê-lo no lado esquerdo. Claro que sim, mas Queiroz, face a uma certa verdura que considerou ainda existir em Coentrão e perante adversários rápidos e poderosos como o são “Gervinho”, Kalou e Dindane, que lhe poderiam surgir nas costas, optou por não lhe dar ordem de “soltura”, condenando a equipa ao 0-0. Por outro lado, com Coentrão “amarrado” e um competente mas ofensivamente limitado Paulo Ferreira do outro “castrou” aquele que é tradicionalmente um dos princípios de jogo da equipa: a saída a jogar pelas alas, através dos laterais. Sobrou Cristiano para fazer de “elástico”, faltando lá na frente, já que Pedro Mendes é posicional, Deco é jogador de “finta” e passe e jogou toda a época entre o “devagar, devagarinho e parado” e Meireles, o melhor médio da selecção entre os 23, não chega para “ligar” os sectores e falta-lhe velocidade e poder físico-atlético para cavalgadas. Portugal ficou assim com um meio-campo estilo “múmia paralítica”.

E agora a Coreia do Norte? Bom, já vimos como vai ser: coreanos em bloco baixo, linhas juntas e contra-ataque a ver o que dá, algo que a equipa portuguesa detesta e parece os súbditos do Querido Líder adoram. Que fazer? Bom, Queiroz terá que dar ordem de “soltura” a Coentrão – o que significa que Simão terá de jogar para efectuar as compensações - e não me espantaria ver Amorim a defesa direito, de todos os que podem fazer o lugar, actualmente, o mais competente na dupla função defesa/ataque. E as costas de ambos? Não me espantaria ver finalmente surgir Pepe (se... claro), rápido a dobrar os colegas face ao adiantamento destes e à velocidade coreana e podendo, em condições físicas aceitáveis e em função da sua capacidade atlética, ser o elemento que falta para “ligar” os sectores em transporte de bola, algo que falta naquele meio-campo em "slow motion".

Para já, é o que se me oferece; veremos o que se vai passar. É que treinadores de bancada...

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro JC

Treinador de bancada ???
O que é pena é que não seja o do banco ou CQ usasse a Internet do Hotel e visitasse o "Gato Maltês", o que lhe pouparia muitas cogitações.

Temo que lhe falte banda larga para tal e assim conceda uma alegria ao Querido Líder e o alento que falta para este torpedear mais uma corveta do vizinho a sul.

Acredito que Portugal seja mais arrojado e até possa ganhar - nem se podia esperar ou exigir outra coisa - mas também acredito que a motivação e o moral dos norte-coreanos supera em muito uma equipa de CQ e nestas coisas costuman contar 50% de talento e 50% de empenho e Portugal parece estar encalhado num qualquer paralelo 38.

JR

JC disse...

Comentário mtº engraçado, caro JR. Pelo menos sentido de humor e espírito crítico não nos falta por aqui. Os coreanos têm ainda uma outra vantagem: se perderem, que lhes acontecerá no regresso a casa?Mtº obrigado pela sua colaboração.