terça-feira, junho 08, 2010

A "dessintonia" entre governantes e governados e papel dos "media"

Afirma Paulo Ferreira, no JN, que "nunca como agora foi tão tensa a relação entre governantes e governados. Numa altura em que os problemas são gigantes, esta dessintonia é, no mínimo, perigosa".

Não sei que elementos terá Paulo Ferreira para chegar a essa conclusão tão absoluta, ou se o termo “nunca” é apenas aqui utilizado para tentar exprimir, de forma clara, quão grande é essa dissontonia. Mas o que é um facto é que se tal dissontonia é grande (afirmação inquestionável), e apesar de muitos políticos terem para tal situação contribuído de forma notória, tal situação deve-se também, em vasta escala, a uma comunicação social que todos os dias a fomenta e lhe serve de câmara de amplificação, dando demasiado ênfase a notícias que para tal contribuem, distorcendo, alterando e interpretando outras no mesmo sentido e recorrendo até à exaustão a comentadores e fóruns de opinião onde a demagogia campeia e cujo principal e único objectivo parece ser esse mesmo: criar uma situação política de ruptura. Assim, deste modo, se ajuda a criar o caldo de cultura do qual Paulo Ferreira, quero crer que honestamente e qual aprendiz de feiticeiro, parece depois vir queixar-se. Ou será que a afirmação de Paulo Ferreira não é uma queixa, um lamento, mas, isso sim, apenas mais algum ruído saído desse gigantesco amplificador populista em que se transformaram os “media”?

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