Falta-lhe, claro, o impacto de uma primeira vez, mas também bem mais do que isso: falta-lhe sordidez, rasquice; um ambiente por elas tornado obsessivo e quem tenha capacidade para nele nos fazer mergulhar, sejam a direcção de Abel Ferrara, a interpretação de Harvey Keitel ou, o que é mais provável, a prestação de ambos. E depois há uma Eva Mendes acompanhante de luxo em vez da “puta rasca” que deveria ser “o dado”, muito pouco convincente como “junkie”. E um “happy end” “soft” em vez da redenção pela morte. Há, pois!, a redenção pela morte do original de Ferrara! Claro, ela só faz sentido perante a iconografia católica e transgressão da moral religiosa que impregna todo o filme original e lhe dá conteúdo e sentido, tal como “Pledging My Love”, que marca o “mood & tone” do filme de Ferrara, só tem razão de ser perante a evidente ausência do amor e a prevalência do sexo.
Resumindo... Resumindo? Um murro no estômago e um filme de culto nos anos 90 transformados, dezassete anos depois, num objecto inócuo, um “thriller” apenas vagamente interessante. Vale os seis euros, mas nada mais do que isso.
Resumindo... Resumindo? Um murro no estômago e um filme de culto nos anos 90 transformados, dezassete anos depois, num objecto inócuo, um “thriller” apenas vagamente interessante. Vale os seis euros, mas nada mais do que isso.
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