domingo, junho 27, 2010

No fim? No fim, na bola como em quase tudo na vida, ganha a Alemanha!

Desde 1714, com George I, que a dinastia de Hanover governa o Reino-Unido. Já no século XIX, Vitória, a Rainha, casou-se com Alberto de Saxe-Coburgo, também ele um príncipe alemão. Durante a “Grande Guerra”, a família real britânica, na altura com George V como rei, achou por bem mudar o nome da Casa Real de Saxe-Coburgo para Windsor, para evitar conotações com o inimigo. Também por essa altura, o Princípe Louis de Battenberg, igualmente de origem germânica, casado com uma neta da Rainha Vitória e avô do Príncipe Filipe de Edimburgo, se viu obrigado a anglicizar o seu nome, trocando-o por Mountbatten numa tradução literal.

Passando a correr pelo facto de Eduardo VIII ter sido forçado à abdicação em virtude das suas simpatias germanófilas (a Simpson foi um pretexto), o Reino Unido lá conseguiu ganhar a WWII, mas, de facto, saiu perdedor já que ficou sem o império e a liderança do mundo.

Bom, lá ganhou o Mundial de 66, disputado intra-muros, mas mesmo assim ficou o golo fantasma de Geoff Hurst (por favor, lê-se “djef”) a manchar a conquista, corrigida pela Alemanha logo no Mundial seguinte (México 70).

Agora?... Bom, agora um golo que só a equipa de arbitragem não viu foi determinante na derrota de Inglaterra, ainda por cima por números bem expressivos.

Razão? Razão tinha Gary Lineker, e eu acrescento ainda mais: parece que para os britânicos, e não só no futebol mas em tudo na vida, no fim, one way or another, acaba sempre por ganhar a Alemanha. Ora bolas!!!

16 comentários:

Vic disse...

As vergonhosas arbitragens são a imagem de marca deste mundial.
Ainda agora assistimos a outro roubo inacreditável no Argentina-México.
Se é para isto continuar, então ponho-me pela 1ª vez ao lado do inefável Rui Santos. Que venham os meios electrónicos.
Um abraço

Vic

Anónimo disse...

Caro JC
Não seria uma fatalidade.

Se a arbitragem pudesse ter recorrido ao vídeo, o golo seria naturalmente validado e o espectáculo poderia tornar-se bem melhor.

No outro jogo do dia, a Argentina marcou um golo em claro fora de jogo, tendo o arbitro ido conferenciar junto do juiz de linha, tempo que seria melhor empregue a consultar o vídeo, pois uma imagem vale mais que mil palavras.

A eliminada equipa dos USA também já tinha sido espoliada, e por duas vezes, por uma arbitragem que tem estado a um nível medíocre neste Mundial 2010
.
Os antagonistas do recurso ao vídeo argumentam com o único argumento que a mera lógica pressupõe, o da paragem de jogo ou pausa no espectáculo.

Estes dois exemplos de hoje podem muito bem constituir um “case study” comprovando a pouca valia de tal argumento.

Ganhou o espectáculo ? Não

Perdeu-se tempo ? Perdeu o arbitro em ir consultar o juiz de lmha junto deste ( afinal para que servem o comunicadores ? )

Alguma coisa se ganhou com a omissão do recurso vídeo ? Responda quem souber !

Os espectadores pagantes do estádio, esses podem ter acesso, em tempo real, à repetição da jogada bastando ter um smartphone, pocket pc, iphone, ipad, …. you name it., onde podem visionar o erro de arbitragem a interferência deste no resultado final, o que faz merecer o elevado preço do bilhete.

Já a equipa de arbitragem, arvorada num Deus omnipotente dotado de uma não menos omnipotente visão 4D, faz de conta que ainda nos encontramos no remoto tempo em que o futebol foi inventado.

É claro que o recurso ao vídeo teria de ser regulamentado como excepcional, compreendendo um sistema de “challenge” a exemplo do futebol americano e apenas aplicável à validação de golos ou sanções disciplinares, onde a equipa que usa o “challenge” injustificadamente seria penalizada com um livre perigoso.

Agora manter a relutância em dar o “quantum leap” tecnológico só pode colocar a FIFA no centro das recorrentes suspeitas que dão esta como do tipo mafioso ( quem não quer ser lobo não lhe veste a pele)

O futebol americano, o “rugby, e até, desde o presente ano, a NBA,entre outros, já deram o salto.

JR

PS Receio também uma arbitragem de língua castelhana – e não só - no próximo jogo de Portugal, que já viu alguns amarelos injustificados e um penalti negado. As críticas de CG à organização foram pelas razões erradas, coisa que a própria agradece, e Portugal não lucra.

JC disse...

Meus caros: No rugby - conheço bem - nas principais competições internacionais - e só nestas; por exemplo, no apuramento para o Mundial tal não acontece - a pedido do árbitro - e só a pedido deste - o vídeo-árbitro pode confirmar ou não um ensaio, única situação em que o árbitro principal pode recorrer a tal ajuda (e o rugby é um jogo c/ mais paragens!). Uma das coisas que, quanto a mim, tem impedido a adopção de um sistema idêntico nas grandes competições de futebol (CLe fases finais de CM e CE) tem sido a confusão lançada por Rui Santos e quejandos referindo-se ao "hawkeye", "chip" na bola (esta dos "chips" está a tornar-se norma!), etc, etc. Já neste "blog" fiz uma análise do "hawkeye", algo caríssimo e que, por isso mesmo, em Wimbledon apenas é utilizado em alguns jogos dos "courts" central e nº1. Acresce que situações duvidosas no ténis que se possam resolver c/ recurso ao "hawkeye", ao contrário do que acontece no futebol, são inúmeras, o que ajuda a rentabilizar o sistema. Mesmo assim, em cada jogo, o nº de utilizações é limitado. Voltando ao futebol, quanto ao árbitro ou os capitães poderem, em algumas situações e em nº limitado, recorrer a ajudas electrónicas, tb me parece complicado s/ quebra do ritmo de jogo e, logo, do seu espírito. Tendo dito isto, penso que nos casos de golo e nas grandes competições internacionais em que a TV está sempre presente c/ o mesmo nº de câmaras em todos os jogos será mtº fácil o árbitro recorrer ao vídeo-árbitro quando tenha dúvidas s/ a validade dos golos, e apenas nesse caso. Algo tão simples, tinha evitado as situações do Alemanha-Inglaterra e Argentina-México de hoje e a suspeição que levantam sobre o futebol.

Anónimo disse...

Mas, nem mesmo essa simples atitude que preconiza querem Blatter / Platini.

De Platini compreende-se, foi a omissão da consulta vídeo que facilitou a qualificação França
( para depois nos brindar com essa brilhante e exemplar atitude, ou falta dela ).

O que não se compreende é o rigor que leva a proíbir um sinal pelo luto de um prémio Nobel nas mangas dos jogadores, ao mesmo tempo que pactua com esta inusitada aversão ao progresso tecnológico, que em regra facilita os poderosos e esmaga os mais fracos ( como aconteceu hoje e não vai ficar por aqui ) traindo a verdade desportiva, quem sabe se em função das "equipas-âncora", das estrelas da publicidade, o elenco de patrocinadoes e marcas despotivas e não só.

A FIFA e a UEFA dão sinais evidentes de grandes contradições e de estar arredada da finalidade última e essencial, o desporto com fair-play e verdade.

Os Olegários Benquerenças deste mundo, não vendo o que todo o mundo vê, no estádio ou fora dele, lá vão fazendo o trabalho que a FIFA / UEFA priveligia.

JR

JC disse...

Blatter e Platini não mandam em tal coisa, que depende o International Board. Penaliza os mais fracos? Nem sempre: olhe que tb já vi Portugal ser apurado para um Europeu c/ um penalty fantasma (contra o então poderosa URSS)e o meu "glorioso" ir a uma final da TCE com um golo c/ a mão, contra o poderoso OM de então. E que me diz do golo da "mão de Deus", em 86, contra a poderosa Inglaterra que tem grande influência no IB? Cautela e caldos de galinha, recomendo, e sobretudo evitar o populismo fácil e ponderar bem prós e contras.

ié-ié disse...

Eu, por mim, acho que não há futebol sem erro. O guarda-redes dá frango, o avançado falha o penalti, o árbitro valida o golo em off side.

Se não é isso, que discussão há na 2ª, que matéria tem o Rui Santos para falar?

Viva o erro!

LT

JC disse...

Assim como "não há Natal capaz, sem o cabaz, sem o cabaz!".
Bom, não é bem a mesma coisa o erro de um jogador ou de um árbitro, a quem compete julgar. E gostaria imenso que às 2ªs feiras se discutissem mais técticas, modelos de jogo, actuação de jogadores e treinadores, gestão dos clubes e do negócio do que erros de arbitragem. Mas para discutir tal coisa é preciso perceber do jogo e ter miolos na cabeça. Para analisar os erros de arbitragem basta ter acesso a repetições vezes sem conta, algo que não está acessível ao árbitro no momento em que julga.

Anónimo disse...

No caso do Portugal-URSS, que eu assisti na Luz, assim como na “mão de Deus”, os meios tecnológicos não tinham ainda atingido a sofisticação de hoje e, ao contrário dos imediatamente perceptíveis erros deste Mundial, aquele a quase todos pareceu penalti, já que a força da inércia do rasteirado Chalana foi de tal ordem que o projectou para bem dentro da grande àrea.
.
Refira-se que a mão de Vata, jogo que também assisti na Luz, foi precedida de uma pega de cernelha de um defesa francês merecedora do castigo máximo.

E quantas vezes o Benfica não foi espoliado? Lembro só o último Marselha vs Benfica relatado pelo enviado especial do “Gato Maltês” em que os lusos tiveram que jogar contra 12 e só não aconteceu a eliminação porque os espíritos de Jesus e Kardec estavam lá pelos nossos.

Porém, mantenho que as arbitragens – não só no futebol - tendem a beneficiar os poderosos e penalizar os mais fracos, até pelo respeito que as estrelas, as credenciais e nome sempre merecem quando “in dubio”.

Quanto a Rui Santos, este parece querer robotizar o futebol com toda a parafrenália de meios técnicos que a ciência pode dispor, chips, hawkeyes enfim, um “big brother” aplicado ao futebol que nem Orwel suspeitaria e nem mesmo o futebol americano chega tão longe. Medidas muito simples serviriam para anular ou validar golos, reverter penalties sem se abusar do “challenge” ou perca considerável de de tempo.

Se tais singelas medidas fossem implantadas o futebol tinha muito a ganhar e pouco a perder e “en passant” ainda nos livraria das estéreis discussões dos comentadores do dia seguinte, que se tem revelado como uma verdadeira rampa de lançamento para carreiras políticas.

A FIFA é parte do International Football Association Board e conta com um número de votos capaz de vetar uma qualquer decisão deste orgão ou, querendo, propor uma alteração às regras com este propósito, coisa que nunca usou ou ousou.

Privilegia a falível visão humana num décimo de segundo.

Porque será ?

JR

JC disse...

Caro JR, atenção ao próximo, ou próximos, "posts". Penso responderão.

JC disse...

Já agora - e entretanto: "cada deliberação da International Board deve ser autorizada com a aprovação de seis representantes. Sendo assim, as propostas de mudança da Lei do Futebol feitas pela FIFA só podem ser aprovadas com a votação positiva de, pelo menos, dois países do Reino Unido."

Queirosiano disse...

Seendo eu avesso a teorias da conspiração, não é possível deixar de reconhecer que são um tanto aliciantes.

Será absurdo admitir que a recusa de uma utilização moderada de meios tecnológicos não será também justificada pelo facto de que assim se tornam mais diffíceis certos arranjos ?

Certos jogos come to mind. Um caso de escola será o famoso Chelsea-Barcelona de há um ano, em que vários penáltis (passemos por cima de tudo o resto) ficaram por apitar. Isto num ano em que a UEFA queria evitar a todo o custo uma nova final da Champions League entre clubes ingleses, e havia uma hiperpromoção mediática do Barcelona/Messi.

JC disse...

Caro Queirosiano. Tb sou avesso a teorias da conspiração. Mas considero que a arbitragem no jogo que cita foi uma vergonha - já tenho citado o caso aqui no "blog" - e admito não fosse interessante para a UEFA a repetição da final do ano anterior, Além disso, tb admito, em termos de "novidade" futebolística que poderia incrementar um interesse acrescido pelo jogo, existisse interesse em promover o Barça e o seu modelo de jogo, considerado inovador. Mas atenção: nada nessa arbitragem poderia ser corrigido c/ recurso às novas tecnologias, a não ser que se alterasse completamente o jogo tal como é interpretado e jogado actualmente. Por favor, esteja atento aos próximos "posts" s/ o assunto, onde tentarei analisar a questão das tecnologias, tb da FIFA e UEFA, no futebol, sem a demagogia e o populismo (tb falta de informação) que por aí campeiam. Cumprimentos

Anónimo disse...

O feitiço virou-se agora contra o feiticeiro.

Depois do Chelsea e da selecção, se ainda assim, Blatter e/ou a Inglaterra não promoverem o "aproach" tecnológio, serão masoquistas ou ainda contam - ou esperam contar -com um saldo positivo nas contas de deve e haver.

Quanto ao tema inicial " como em quase tudo na vida, ganha a Alemanha", George Soros, o seu traduzido autor, - e grande analista da economia mundial, autor desse colosso ensaio para entender a actual crise global que se revelaria factual - vem defender a saída da Alemanha do Euro, censurando fortemente as políticas recessivas alemãs impostas também aos restantes países da zona Euro, um pecado fatal para a União e para a economia mundial.

Estaria curioso em saber se o tradutor segue o autor literalmente.

Cumprimentos

JR

JC disse...

Não, não segue. O tradutor defenderá o euro quase c/ a sua própria vida! Mas isso são outros quinhentos...

Vic disse...

Vamos aos casos apontados:
- no caso do Chalana, acredito ter-se tratado de um erro premeditado.
- no caso do Vata, a coisa foi mais...digamos, normal. Erro de apreciação, tal como aconteceu com o Maradona e nos últimos tempos em desfavor do Sporting, tanto na final da Taça da Liga, como na célebre mão do jogador do Paços de Ferreira, que custou (mais) um campeonato ao SCP (e estou bem ciente que os restantes comentadores do GM são benfiquistas, mas acredito que sejam isentos)
- no caso do Chelsea- Barcelona, já sou menos crédulo e é minha convicção que aí sim, houve intenção deliberada de beneficiar o Barcelona, que tem uma máquina bem oleada, tal como a própria selecção de Espanha, cuja espinha dorsal é constituída por jogadores do clube catalão.
Por uma questão de decoro, foi este ano poupado o Inter de Mourinho, até porque, 2 vezes seguidas pareceria demais, e... Mourinho tem uma língua muito solta, e um peso notável junto dos media internacionais. E amanhã cá estaremos para ver como vai ser o jogo no campo disciplinar: embora não me agradem muitas das opções de Queiroz acho que tem alguma razão na questão dos amarelos.
Mas em relação aos jogos de ontem e àqueles inacreditáveis erros, que não venham clamar contra as inovações tecnológicas porque interrompem e demoram o jogo, porque são caras, e por isto mais aquilo: ontem, em qualquer dos casos, bastava que o 4º árbitro estivesse municiado com um monitor, que imediatamente daria conta dos erros. Certamente demoraria muito menos tempo que o que decorreu desde o "golo" até que o árbitro reiniciasse o encontro Argentina-México.

JC disse...

Caro VdeAlmeida: basicamente de acordo, como pode concluir do "post" seguinte.
Abraço