Inteligentemente, Passos Coelho vai jogando em dois tabuleiros. Se, por um lado, vai fazendo acordos com o governo nas questões – nucleares - de governação que têm que ver com a credibilidade financeira externa e com a defesa do euro e da UE, vistas como “patrióticas” e conferindo-lhe sentido de estado, por outro, vai marcando aquele que é tido como sendo o seu território liberal de origem, sabendo que a coincidência conjuntural de ideias entre o PS e esquerda radical, nessas matérias, nunca permitirá a sua aprovação e, logo, a emergência de eventuais consequências negativas da sua aplicação, que o PS e os cidadãos facilmente poderiam atribuir ao PSD. As sondagens vão-lhe dando razão, e um governo sem chama e a navegar à vista, não conseguindo evitar vezes de mais os recifes e outros obstáculos que ele próprio vai semeando, aplana-lhe o caminho.
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