terça-feira, agosto 02, 2011

O negócio Roberto Jimenez e a sua "engenharia financeira": uma hipótese

Nada como dormir sobre um assunto para, no dia seguinte, o podermos analisar com maior nitidez. Vamos então imaginar um negócio assim:
  1. O passe do guarda-redes Roberto Jimenez foi comprado ao Atlético de Madrid por um valor claramente acima do mercado e ainda englobado no negócio Simão Sabrosa, assim abatendo ao valor pago pelo Atlético pelo jogador do SLB. Tal "camuflagem" terá permitido ao SLB apresentar a aos seus accionistas, sócios e adeptos a venda de Simão como melhor negócio do que na realidade terá sido. Por alguma razão, também se falaram nos nomes de De Gea e Asenjo, ambos jogadores do Atlético. É possível que o empréstimo de Sálvio estivesse também envolvido no negócio.
  2. Se tudo tivesse corrido bem com Roberto o assunto estaria arrumado e, depois das interrogações iniciais sobre o valor pago, no fim do dia ninguém questionaria o negócio.
  3. Como não correu, JJ e LFV, pressionados, tiveram que "descobrir" uma solução que lhes permitisse salvar a face, e ela chegou pelas mãos (ou melhor, através do bolso) de Jorge Mendes. Como? Vejamos...
  4. Um "grupo de investidores", com Jorge Mendes largamente maioritário mas onde o Atlético pode, eventualmente, estar também integrado, em posição secundária, compra a grande maioria do passe de Roberto Jimenez e coloca-o no Real Zaragoza, clube onde, atendendo ao passado, mais facilmente poderá valorizar-se. O restante, numa percentagem claramente inferior, saldará ou irá abater á dívida do SLB ao Real Zaragoza por via da contratação de Pablo Aimar.
  5. Se, a prazo, Roberto se valorizar o suficiente para o tal grupo de investidores recuperar, no mínimo, o investimento efectuado, o assunto ficará provavelmente encerrado, e o SLB apenas terá de pagar a Jorge Mendes e parceiros os juros devidos por este seu empréstimo (no fundo, trata-se de um empréstimo de dinheiro ao SLB caucionado pelo passe do guarda-redes). Caso tal não aconteça, o SLB ressarcirá Jorge Mendes do valor recebido integrando tal pagamento numa transferência futura, quer pagando pelo passe de um ou mais jogadores um valor superior ao do mercado, quer através do pagamento de comissões mais elevadas dos que as habitualmente praticadas.
Digamos que "se non è vero è bene trovato", ou não será assim?

6 comentários:

Anónimo disse...

Pois, acho esse um cenário bem provável, com mais ou menos variantes e intérpretes. Enfim, um problema, para já, resolvido com algum engenho, para variar.
Cumprimentos
carlos

JC disse...

Acaba por ser uma solução razoável para todos.

gin-tonic disse...

Meu caro JC:
Isto é um caso de polícia!
A Maria José Morgado está cansada de falar nisto.
Ninguém lhe liga puto: mem liga, nem governo.
Mas como é que um governo como o que oferece o BPN pode intervir no que que seja?
Tudo bons negócios?
Estas coisas cansam-me e entirstecem-me.
Gostaria de me alhear, assobiar para o lado, mas não consigo.
Deviam estar todos presos: o JJ, o LFV, o JM, quem mais?
O negócio do Roberto cheira a javardice desde o primeiro minuto.
Que mais me irá acontecer?

JC disse...

No caso do Roberto, se o esquema for próximo deste que sugiro, não sei se existirá alguma ilegalidade. Talvez em termos fiscais, mas francamente não sei: não sou fiscalista nem sequer especialista em gestão financeira. A PJ, ao que parece, já por lá andou. Veremos o que acontece (ou não).
Abraço

Anónimo disse...

Tb. ouvi falar de uma empresa espanhola do LFV e das eventuais contrapartidas inerentes a uma suposta adjudicação de um contrato de empreitada

JC disse...

Estive a ler a imprensa espanhola e, até agora, não tenho qualquer informação que me permita ir por aí. Mas muitas hipóteses são possíveis.
Cumprimentos