Quando, nas provas da FIFA e UEFA, os desempates começaram a ser decididos por pontapés da marca da grande penalidade, isso constituía para as equipas portuguesas como que uma fatalidade: o que as poderia esperar era a derrota quase certa. Azar? Maldição? Mau olhado? Nada disso: apenas falta de concentração competitiva, medo de falhar, ausência de convicção, timidez, "tremideira". Ou seja: o mesmo provincianismo, filho do subdesenvolvimento, que levava os poucos jogadores portugueses que conseguiam lugar numa equipa estrangeira a voltar para Portugal mal passavam a fronteira com saudades do bacalhau com batatas, do caldo verde e da malga de verde tinto.
Hoje, as equipas e selecções portuguesas ultrapassam a prova do desempate "por penalties" com desenvoltura e sem preconceitos. Dificilmente poderemos encontrar outra coisa que demonstre melhor o que o país progrediu e avançou nas últimas décadas.
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