Agora que a selecção portuguesa de sub-20 se apurou para a final do Mundial da categoria, espero não se inventem novos mitos do tipo geração dourada" ou "geração da coragem", como já ouvi chamar a esta equipa que, nos seus princípios e modelo de jogo, tem grandes semelhanças com a Grécia do Euro 2004 que tão vilipendiada foi. Não pode haver dois pesos e duas medidas.
Como já aqui afirmei, da selecção campeã de 1989 apenas Fernando Couto, João Pinto e Paulo Sousa fizeram carreira na selecção principal - e Sousa era extremo direito e suplente. Já se falarmos de 1991, apenas com Luís Figo, Rui e Jorge Costa (João Pinto era uma repetição) tal aconteceu com regularidade (Nelson teve uma carreira com mais baixos que altos e Abel Xavier era suplente). Emílio Peixe, considerado o melhor jogador do torneio, nunca se imporia de modo consistente. Da equipa sénior que iniciou o jogo da a meia-final do Euro 2000 contra a França, talvez a melhor selecção portuguesa depois de 1966, apenas faziam parte 4 jogadores titulares das selecção sub-20 de 1989 e 1990: Fernando Couto, Jorge Costa, Luís Figo e Rui Costa. João Pinto foi suplente nesse jogo e Aber Xavier era suplente em 1991.
As selecções jovens servem fundamentalmente para formar jogadores - e não para ganhar títulos - e países como a França, Itália, Inglaterra e Holanda nunca foram campeões. E a Alemanha, na altura ainda RFA, foi-o apenas uma vez e no já longínquo ano de 1981, tal como a Espanha o foi no já mais recente ano de 1999.
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