Li ontem, num daqueles rodapés informativos das televisões, que a polícia britânica estaria a ser acusada de pouca eficácia, pelo menos num primeiro momento, na repressão dos motins. Admito o tenha sido, mas também sou levado a pensar que tal se pode ter ficado a dever àquele que é, tradicionalmente, o "way of doing the things" da Polícia Metropolitana e que não terá muito a ver com o que se passa noutros países quando estes enfrentam situações semelhantes (v.g. França)
De qualquer modo, e como por aqui já afirmei, se no curto-prazo estamos perante uma questão aguda de alteração violenta da ordem pública, a que é preciso pôr cobro e rapidamente, não é indiferente para a prevenção futura e resolução no longo-prazo deste tipo de problemas, evitando o ressurgimento das suas manifestações mais agudas e violentas, o modo como o reestabelecimento dessa ordem pública possa ser conseguido. Estamos pois, também, perante uma questão política, e é indispensável que tal seja levado em linha de conta nos processos e meios utilizados para repor a ordem e punir os responsáveis. Assim sendo, recorrer ao exército, transformando-o em verdadeira força de ocupação e de subversão do Estado de Direito, seria a pior das soluções, arriscando transportar para algumas cidades inglesas o ambiente militarizado e bélico da irlandesa Belfast, com o risco de transformar algumas das suas áreas em atoleiros semelhantes. Para bem de todos, espero mesmo não passe de uma ameaça e não se ofereça de mão-beijada aos desordeiros essa vitória.
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