Pedro Marques Lopes (recomendo sempre o seu - e de Pedro Adão e Silva - bem interessante “Bloco Central”, o melhor programa de debate político actualmente nos “media”) tem afirmado que o melhor presente que o PS poderia dar a Cavaco Silva para e renovação do seu mandato seria apresentar Manuel Alegre como candidato presidencial. Pensa PML que, para além dos anticorpos que Alegre tem gerado no PS e que poderiam limitar a mobilização dos eleitores da área socialista, muito dificilmente Alegre, por via do seu muito recente “namoro” bloquista, poderia conquistar simpatia e votos em muitos dos eleitores do PS de José Sócrates, isto é, dificilmente poderia “abrir-se” ao centro.
Não deixa de ter razão PML: o seu racional é, de facto, inatacável na sua lógica. Mas atenção: por muito que esta afirmação possa, numa primeira análise, escandalizar, Alegre é, na sua essência, um conservador, um republicano tradicional que gosta de apelar aos valores da pátria e da História, e esta sua aproximação ao “Bloco” e ao PCP parece ser apenas uma manobra táctica em busca do segmento de mercado onde julga (e talvez bem) situar-se a sua “oportunidade de negócio” primária. Por isso mesmo, naquilo que são os seus valores essenciais, Alegre, se não colherá enormes simpatias no centro-esquerda e centro-direita mais liberais e nos self made men dos negócios, mantém intacto, até pela sua origem social, o potencial de conquista de algumas franjas conservadoras à direita, que nunca se reviram inteiramente em algumas características do actual Presidente da República. Por outro lado, é um erudito. Um humanista. Uma personalidade muito mais culta e interessante do que Cavaco Silva e, assim, com possibilidade de se tornar bem mais familiar, abrangente e atractiva para alguns sectores de um eleitorado. Mais ainda: por força dessas suas características essenciais, e parecendo ser a sua aproximação à esquerda apenas uma manobra táctica (Alegre esteve sempre da chamada “direita” do PS), ao contrário do que muita gente diz seria para o PS um Presidente da República muito menos interveniente e incómodo do que Cavaco Silva, quase agindo como se de um monarca constitucional se tratasse.
Voltando ao que acima disse, não deixa PML de estar certo no seu racional; mas existem ainda muitos “ses” e alguma irracionalidade nas decisões de políticos e eleitores que poderão alterar os dados do problema. O primeiro dos quais será assistirmos, a partir de agora e por parte de Alegre, a um piscar de olhos ao centro liberal e, principalmente, à direita conservadora. Como parece o PS não ter alternativa, estejamos atentos aos próximos episódios.
Não deixa de ter razão PML: o seu racional é, de facto, inatacável na sua lógica. Mas atenção: por muito que esta afirmação possa, numa primeira análise, escandalizar, Alegre é, na sua essência, um conservador, um republicano tradicional que gosta de apelar aos valores da pátria e da História, e esta sua aproximação ao “Bloco” e ao PCP parece ser apenas uma manobra táctica em busca do segmento de mercado onde julga (e talvez bem) situar-se a sua “oportunidade de negócio” primária. Por isso mesmo, naquilo que são os seus valores essenciais, Alegre, se não colherá enormes simpatias no centro-esquerda e centro-direita mais liberais e nos self made men dos negócios, mantém intacto, até pela sua origem social, o potencial de conquista de algumas franjas conservadoras à direita, que nunca se reviram inteiramente em algumas características do actual Presidente da República. Por outro lado, é um erudito. Um humanista. Uma personalidade muito mais culta e interessante do que Cavaco Silva e, assim, com possibilidade de se tornar bem mais familiar, abrangente e atractiva para alguns sectores de um eleitorado. Mais ainda: por força dessas suas características essenciais, e parecendo ser a sua aproximação à esquerda apenas uma manobra táctica (Alegre esteve sempre da chamada “direita” do PS), ao contrário do que muita gente diz seria para o PS um Presidente da República muito menos interveniente e incómodo do que Cavaco Silva, quase agindo como se de um monarca constitucional se tratasse.
Voltando ao que acima disse, não deixa PML de estar certo no seu racional; mas existem ainda muitos “ses” e alguma irracionalidade nas decisões de políticos e eleitores que poderão alterar os dados do problema. O primeiro dos quais será assistirmos, a partir de agora e por parte de Alegre, a um piscar de olhos ao centro liberal e, principalmente, à direita conservadora. Como parece o PS não ter alternativa, estejamos atentos aos próximos episódios.
2 comentários:
Não deixava de ser interessante que o PRIMEIRO presidente eleito pelo Centro/Direita que continua a julgar que é PRIMEIRO ministro, fosse o PRIMEIRO presidente não reeleito....ironias.
Tem feito bastante por isso, Abel, mas o centro-esquerda e a esquerda não têm um candidato mtº forte. Como digo, Alegre tem problemas. Vamos ver o que acontece.
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