terça-feira, janeiro 12, 2010

1ª Liga (Sagres) - "ranking" orçamental e classificação no final da 1ª volta: análise comparativa

Classificação vs. "ranking" orçamental (milhões de euros e pontos conquistados)
1º FCP - 40M
1º SC Braga 36p
2º SLB – 30M
2º SLB 36p
3º SCP – 22.5M
3º FCP 32p
4º SC Braga – 9M
4º SCP 24p
5º Marítimo – 7M
5º Nacional 22p
6º V. Guimarães – 6.9M
6º V. Guimarães 22p
7º Nacional – 5M
7º União Leiria 20p
8º Rio Ave – 4M
8º Rio Ave 19p
9º União Leiria – 4M
9º Marítimo 19p
10ºCFB – 3.7M
10º AAC - 16p
11º AAC - 3.6M
11º Naval 1º Maio 15p
12º P. de Ferreira – 2.5M
12º P. de Ferreira 15p
13º V. Setúbal – 2.5M
13º V. Setúbal 11p
14º Naval 1º Maio – 2.4M
14º Olhanense 11p
15º Leixões – 2M
15º Leixões 11p
16º Olhanense – 1.2M
16º CFB 11p

Análise:

  1. Seis clubes (a azul) ocupam exactamente o mesmo lugar do que o ditado pelo respectivo orçamento: SLB, V. de Guimarães, Rio Ave FC, P. de Ferreira, V. de Setúbal e Leixões SC.
    Igualmente seis clubes (a verde) estão acima do seu lugar no “ranking” orçamental: SC Braga, Nacional, União de Leiria, Naval 1º de Maio, AAC e Olhanense.
    Consequentemente, apenas quatro (a encarnado) ocupam uma posição inferior: FCP. SCP, Marítimo e CFB.
  2. Os quatro primeiros orçamentos ocupam exactamente os quatro primeiros lugares, embora apenas o SLB o seu lugar de “origem” em igualdade pontual com o primeiro classificado: SC Braga ""salta de quarto para primeiro, FCP de primeiro para terceiro e SCP de terceiro para quarto. De qualquer modo, dificilmente os quatro primeiros clubes no final do campeonato deixarão de ser estes, por esta mesma ou outra ordem, e talvez apenas esteja longe de uma correspondência perfeita com o “ranking” de orçamentos a hipótese do SCP vir a ocupar no final o terceiro lugar e o SC Braga o quarto. Tendo em atenção que o SC Braga tem um orçamento quase seis vezes inferior ao do FCP, mais de quatro vezes inferior ao do SLB e cerca de três vezes inferior ao do SCP, é a verdadeira equipa sensação.
  3. Os nove primeiros classificados no final da primeira volta correspondem aos nove maiores orçamentos. Entre o quinto e o nono lugares apenas o Marítimo ocupa uma posição significativamente inferior ao seu lugar no “ranking” orçamental: passa de quinto para nono embora a uma distância de apenas três pontos.
  4. Os sete últimos classificados correspondem aos sete orçamentos mais baixos e digamos que a “colher de pau” vai para o CFB, que sendo décimo no “ranking” orçamental cai para último na classificação (o CFB já nos habituou à sua péssima gestão). Em contrapartida, a Naval 1º de Maio consegue estar quatro pontos acima do seu lugar “orçamental” e a AAC, apesar da boa imprensa de André Vilas-Boas, está muito perto do lugar que lhe corresponde.

Conclusões gerais:

  1. Salvo acontecimentos excepcionais, os orçamentos das esquipas parecem ser muito mais determinantes para a sua classificação do que qualquer outro elemento: são eles que permitem contratar os melhores jogadores, o melhor treinador, etc.
  2. Parece que dificilmente existem treinadores “mágicos”. “Mais coisa, menos coisa”, e salvo uma ou outra rara excepção e tendo também em conta que se trata de um desporto – com algum grau de aleatoriedade, portanto -, desde que o treinador seja razoavelmente competente e as contratações façam sentido a posição de uma equipa tem muito mais a ver com o orçamento de que dispõe do que com a acção do treinador. Domingos Paciência será excepção? Parece ser, indiscutivelmente, um treinador acima da média, mas as contas fazem-se no fim.
  3. Tendo em atenção a correlação entre orçamentos e classificação, não faz qualquer sentido integrar no mesmo campeonato equipas com orçamentos de 30 ou 40 M e com expressão nacional ou mundial e outras que mal ultrapassam o milhão ou os dois milhões e quase não têm inserção local.
  4. Decorre do ponto 3. uma chamada de atenção para a UEFA e para a necessidade de, num futuro próximo, autorizar a fusão de ligas. Em função dos seus orçamentos e da sua expressão nacional, dentro e fora de portas, faria muito mais sentido as principais equipas portuguesas integrarem a Liga de Espanha (tornada Ibérica).

2 comentários:

Anónimo disse...

"Congratulations" (não só pelo Cartuxa)!
Eis uma grande e oportuna - agora que entrámos no mercado de Inverno- análise custo/performance que faltava ao futebol português e que, tanto quanto julgo saber, a imprensa desportiva não aflora - sobretudo com a minúcia e o "panache"-.

Mal posso esperar, pelo fim do campeonato.

Mas, mas ainda não refeito da análise e vem a sugestão, à frente do tempo, de uma liga ibérica, a qual se justifica cada vez mais num espaço europeu supranacional.

Seria a lei Bosman para as ligas eorganizações federativas.

Quem sabe se alguns clubes do sul de França - v. g. Bordeaux, Toulouse- não adeririam também ao ideal desta super liga - que dificilmente teria rival, aí a dificuldade-.

Muitos cronistas da imprensa tradicional peroram contra os Blogs. A imprensa desporitva deveria visitar este e, por amostragem, ler este post. Talvez pudessem reflectir e concluir pra si próprios que, parafraseando Robert Allen Zimmerman "something is happening here but you don`t know what it is.
Do you, Mister Jones?"
JR

JC disse...

Em 1º lugar, mtº obrigado.
Em 2º lugar, penso que a Liga francesa tem dimensão para se manter sozinha. Veria melhor a fusão das ligas Benelux, das da Áustria e Suiça, integração da Liga Escocesa numa liga GB (Celtic e Rangers já o tentaram s/ sucesso). Será o futuro, como na NBA (várias conferências e finais).