Patti Page - ("How Much Is) That Doggie in the Window"
Bubblegum (I)
Mastigar e deitar fora? Talvez, mas já alguém imaginou o prazer que nos dava enquanto mastigávamos, fazíamos balões (os mais talentosos) e mesmo quando, bem a propósito, cuspíamos ou as guardávamos sob o tampo das carteiras para o intervalo seguinte? Ou quando as comprávamos antes de entrar na sala de cinema no tempo em que estes tinham bar e bengaleiro? Quem se atreve, portanto, a dizer mal desses prazeres simples que povoavam e preenchiam a nossa adolescência?
Mas o que é facto é que a "bubblegum music" (ou as "bubblegum songs"), simples, repetitiva, por vezes até um pouco acéfala, obra de produtores e muitas vezes de medíocres músicos de estúdio, não foi assim cuspida com tanta facilidade e desprendimento. Agarrou-se à sola dos nossos sapatos, até hoje, e – “morra quem se negue” - continua a dar-nos (ou a dar-me) prazer igual àquele da primeira dentada quebrando a capa de açucar com mais ou menos “peppermint flavour”. E, desculpem lá os puristas, é perfeitamente possível gostar simultaneamente de Wagner e dos Ohio Express - dar-nos gozo diferente mas semelhante - tanto como o é usar com prazer uns sapatos Church ou umas havaianas nos tempos livres. A “bubblegum music”, para grande raiva dos “snobs”, tornou-se um clássico e os verdadeiros clássicos são a antítese daqueles a quem a nobreza (qualquer nobreza) nunca tocou. Melhor ainda, tornou-se provocatória das boas consciências e dos guardiões do conservadorismo.
Há quem diga que o verdadeiro percursor da “bubblegum music” terá sido este tema de Patti Page, (“How Much is) That Doggie in the Window”, de 1952. Vamos admitir que sim, que foi ele o percursor dos Ohio Express, dos Royal Guardsmen, dos 1910 Fruitgum Company, dos Archies, etc, etc. Mas quantos grupos pop/rock dos anos 60, normalmente não incluídos nos clássicos do género, se deixaram seduzir, aqui a ali, pela música de mastigar e deitar fora mas que se colou a nós até hoje? Mais, pergunto: não seria, não foi, o "rock and roll" – todo ele - expressão importante da cultura adolescente e da ruptura com o passado?
Apetece-me, pois, lançar daqui um grito de libertação. Viva a "bubblegum" e abaixo as más consciências!!!
Mas o que é facto é que a "bubblegum music" (ou as "bubblegum songs"), simples, repetitiva, por vezes até um pouco acéfala, obra de produtores e muitas vezes de medíocres músicos de estúdio, não foi assim cuspida com tanta facilidade e desprendimento. Agarrou-se à sola dos nossos sapatos, até hoje, e – “morra quem se negue” - continua a dar-nos (ou a dar-me) prazer igual àquele da primeira dentada quebrando a capa de açucar com mais ou menos “peppermint flavour”. E, desculpem lá os puristas, é perfeitamente possível gostar simultaneamente de Wagner e dos Ohio Express - dar-nos gozo diferente mas semelhante - tanto como o é usar com prazer uns sapatos Church ou umas havaianas nos tempos livres. A “bubblegum music”, para grande raiva dos “snobs”, tornou-se um clássico e os verdadeiros clássicos são a antítese daqueles a quem a nobreza (qualquer nobreza) nunca tocou. Melhor ainda, tornou-se provocatória das boas consciências e dos guardiões do conservadorismo.
Há quem diga que o verdadeiro percursor da “bubblegum music” terá sido este tema de Patti Page, (“How Much is) That Doggie in the Window”, de 1952. Vamos admitir que sim, que foi ele o percursor dos Ohio Express, dos Royal Guardsmen, dos 1910 Fruitgum Company, dos Archies, etc, etc. Mas quantos grupos pop/rock dos anos 60, normalmente não incluídos nos clássicos do género, se deixaram seduzir, aqui a ali, pela música de mastigar e deitar fora mas que se colou a nós até hoje? Mais, pergunto: não seria, não foi, o "rock and roll" – todo ele - expressão importante da cultura adolescente e da ruptura com o passado?
Apetece-me, pois, lançar daqui um grito de libertação. Viva a "bubblegum" e abaixo as más consciências!!!
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