domingo, janeiro 17, 2010

Ainda Marcelo Rebelo de Sousa, António Vitorino e "tutti quanti"

A pergunta que gostava de fazer e ainda não vi feita (talvez tenha estado pouco atento, admito-o): faz sentido que o serviço público de televisão contribua de forma notória através de um seu programa sob a forma de solilóquio para a auto-promoção de alguém que, independentemente das suas capacidades comunicacionais e dos seus méritos (que são elevados), e, logo, da sua vocação para gerar audiências, é, de facto, um reconhecido player político e partidário, normalmente sempre apontado como potencial candidato a líder do seu partido e, até, como candidato à Presidência da República? Ou não será que tal programa faz muito mais sentido numa estação privada que não se obriga nem é obrigada a critérios de equidade e onde o poder das audiências é, por princípio, bem mais determinante?

Não se trata, portanto, e ao contrário do que afirma e ERC, de contrapor na RTP a Marcelo Rebelo de Sousa (ou a António Vitorino), em “tempos de antena” semelhantes, personalidades de outros partidos, já que não é o equilíbrio inter-partidário que está em causa mas a própria natureza do que deve ser um comentador e um comentário político, como disse, melhor entregue a jornalistas, académicos, politólogos e outros especialistas oriundos de diversas ideologias ou áreas de pensamento político, com visões diferenciadas sobre os problemas, mas sem, tanto quanto possível, um tão vincado perfil de player partidário.
Nota: já agora, o que diriam as actuais direcções do PSD e do PS se a Pedro Passos Coelho e Manuel Alegre fossems oferecida tais benesses em horário nobre?

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