Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
sexta-feira, agosto 31, 2007
Diana Frances Spencer
quinta-feira, agosto 30, 2007
William Blake: "Songs of Innocence and of Experience" (17)
A selecção de futebol e os "estrangeiros"
- A objectiva, que as leis da FIFA e da UEFA assim o permitam.
- A subjectiva, que, para além do seleccionador os considerar com capacidade técnica para tal, isso não prejudique o espírito de grupo e a necessária identificação entre selecção e adeptos, avaliação que compete ao seleccionador e à FPF (em posição privilegiada para o fazerem) e pela qual devem ser avaliados.
Penso, aliás, que sempre foi esse o critério utilizado. Tudo o resto, inclusivamente a minha opinião ou a de outros (haverá milhares, entre as quais a de Rui Santos) é absolutamente irrelevante.
quarta-feira, agosto 29, 2007
O Governo e a GNR
Cinema e Rock & Roll (10)
terça-feira, agosto 28, 2007
O atletismo português e a reconversão empresarial
Com a entrada em força dos atletas africanos na competição, isto é, com a globalização, Portugal deixou de ser competitivo a este nível e teve de “reconverter” o seu atletismo. Passou por alguns sucessos numa disciplina “intermédia” (1 500 metros) e na marcha (onde países de Leste, do sul da Europa e da América Latina, com algumas semelhanças com Portugal, são dominantes) e começou lentamente a obter resultados de nível razoável em algumas provas técnicas: velocidade e saltos (com Carlos Calado), disco feminino (com Teresa Machado), heptatlo (Naide Gomes) e até com um ou outro resultado que não deslustrava nos 400 metros barreiras. Hoje em dia, mesmo que com a ajuda de algum know how importado (Francis Obikwelu) é em algumas provas mais técnicas (velocidade, saltos) que Portugal obtém alguns dos seus melhores resultados, não sendo de estranhar que algo de semelhante venha a acontecer no futuro em disciplinas como os saltos em altura e com vara ou mesmo provas de velocidade com barreiras.
Este é um exemplo de sucesso na reconversão que deve ser apontado ao tecido empresarial português, que, também ele (e é já um lugar comum), terá de optar por competir internacionalmente e, para ter sucesso, com produtos de mais elevado valor acrescentado e maior incorporação técnica, científica e de gestão, mesmo que recorrendo, aqui e ali e tal como aconteceu no atletismo, a algum know how importado. Os resultados do atletismo mostram que essa reconversão é possível, com investimento, trabalho sério e tirando partido das infra-estruturas construídas nos últimos anos. Algo, no entanto, o torna mais difícil: em primeiro lugar, terá custos sociais e políticos bastante penalizadores - a nível do desemprego, por exemplo – que será necessário estar disposto a assumir; em segundo lugar, basta ouvir alguns dos comentadores, dirigentes, técnicos e atletas para perceber, rapidamente, que a sua preparação pessoal, educacional, profissional e social, no campo específico da sua actividade, está, em média, a milhas de distância, pela positiva, da apresentada pela maioria dos agentes que, no campo empresarial, poderiam protagonizar essa mudança.
segunda-feira, agosto 27, 2007
História(s) da Música Popular (56)
O tema chegou a #1, e teve várias cover versions, mas a curiosidade maior foi o facto dos “Beatles” o terem gravado, mas não editado, em 1962, ainda antes de “Love Me Do” e, também ainda, com Pete Best (o então sex symbol do grupo) como baterista, substituído por Ringo Starr antes da gravação do primeiro single para a EMI. O tema só foi editado “postumamente” (1982) e existe apenas em versão bootleg (“Decca Tapes”, um álbum que inclui apenas dois temas de Lennon e McCartney) uma vez que a Decca decidiu não assinar contrato com os Beatles (sorte da EMI). No entanto, existe ainda um outro tema de Goffin e King gravado e editado pelo grupo, mas este oficialmente, o que veremos num dos próximos capítulos.
Para já, ficamos com “Take Good Care Of My Baby” nas versões Bobby Vee (a original) e Beatles. Nada mau, hem?!
domingo, agosto 26, 2007
Os "modelos" de jogo do Benfica
Durante os últimos anos o Benfica adoptou um “modelo” de jogo baseado preferencialmente no contra-ataque, consubstanciado, a maior parte das vezes, num sistema 4x2x3x1. Era um “modelo” de jogo inadequado e contra-natura já que, em 95% dos jogos, uma equipa como o Benfica defrontará adversários que tenderão a privilegiar os modelos ultra defensivos, fechando-se no seu último terço do campo.
Com Fernando Santos algo mudou neste campo, e a equipa adoptou finalmente um “modelo” de ataque continuado, mais consentâneo com os seus objectivos, tendo como sistema preferencial o 4x4x2 em “losango”. O Benfica jogava, assim, sem “alas” de raiz, sendo esse papel distribuído a dois laterais “atacantes” e a Simão, Karagounis e Miccoli, que por lá “apareciam”. Digamos que com algum sucesso se implantou o modelo, já que nos jogos em casa a melhoria dos resultados foi evidente.
Agora, com Camacho, se não deu ainda para vislumbrar o modelo de jogo preferencial, deu pelo menos para perceber que se tornam a privilegiar as alas, não tendo a equipa jogadores com essas características excepção feita a Fábio Coentrão, ainda pouco experiente nestas andanças. Mais ainda, assim sendo seria de toda a lógica dotar a equipa de laterais com vocação defensiva preferencial, mais altos e mais fortes, o que também não existe. Enfim, uma confusão!
Culpa de Santos? De Camacho? Ou de uma gestão desportiva catastrófica e delapidadora dos recursos do clube com a, estranha, conivência e passividade da sua massa associativa?
sábado, agosto 25, 2007
sexta-feira, agosto 24, 2007
Breaking News: Moita Flores "resolve" o "Caso McCann"
Conclusão (como nas telenovelas, à escolha dos prezados leitores):
- A PJ não sabe o que fazer e o que concluir (isto é, não tem solução para o caso e não pode bater na Srª McCann, nem como uma flor, para obter uma “confissão”, pois ela queixar-se-ia ao Vaticano, ao governo de Gordon Brown, aos meios diplomáticos e ao lobby gay, quer dizer, ao “Opus Dei”, quer dizer... ai esta memória!) e encarregou Moita Flores (autarca/escritor de telenovelas e ex-inspector da dita), a bem do corporativismo, de começar a arranjar uma desculpa qualquer para safar a “judite” e vendê-la (a desculpa) “urbi et orbi”, como a benção papal. Gosta desta? É que há outra.
- Moita Flores (autarca/escritor de telenovelas e ex-inspector da PJ) está a escrever o guião da nova telenovela da SIC, um policial baseado no caso McCann, mas com uma vaga inspiração no código Da Vinci porque é muito moderno, e a teoria de Moita Flores (autarca/escritor de telenovelas e ex-inspector da PJ), assim exposta em horário nobre da SIC, é apenas um teaser para “aguçar” o apetite dos telespectadores, fixar audiências e "pré-emptar" idêntico projecto da RTP, escrito por José Rodrigues dos Santos e com a filha da Srª Felgueiras “estrelando” no papel de Kate McCann. Boa? É que ainda há outra.
- Moita Flores (autarca/escritor de telenovelas e ex-inspector da PJ) nunca contribui, enquanto polícia, para deslindar caso nenhum (tal como o Inspector Varatojo, mas este era simpático e nunca foi inspector, mas sim contabilista, advogado e apresentador de programas da RTP), dedicando-se, enquanto polícia, a dissertar sobre mirabolantes teorias da conspiração em que mais ninguém acreditava e, invariavelmente, conduziam as investigações ao fracasso. Agora vinga-se, pois, finalmente, isso permitiu-lhe descobrir a sua verdadeira vocação - a de escritor de telenovelas, quando não é autarca ou ex-inspector da PJ - e, assim, conseguir as audiências que sempre lhe faltaram. E como as telenovelas são ficção... pela primeira vez na sua vida é levado a sério e descobre o criminoso! Gostou?
"Desfolhada Portuguesa"
5 êxitos 5 da música popular que se tornaram - mais tarde - temas e títulos de filmes (IV)
quinta-feira, agosto 23, 2007
Um "post" ainda mais "silly"
Sim, eu sei que é mesmo silly season. Mesmo muito silly – e a PJ nunca mais “deslinda” o caso McCann e a agitação no Benfica durou pouco (pelo menos, até ver). Mas será que temos mesmo de ocupar o nosso tempo de veraneio com os ataques e contra-ataques dos defensores do governo e da oposição (leia-se PSD) tendo estes últimos como pretexto uns idiotas que destruíram um hectare de milho transgénico e aqueles outros uns financiamentos, do tipo “rabo escondido com gato todo de fora”, de uma empresa ao PSD, do tipo “mas sou só eu, cadê os outros”? E será que José Pacheco Pereira e Vital Moreira, “pontas de lança” das respectivas equipas na "blogosfera", não têm mesmo mais nada com que se entreter? Livra!...
5 êxitos 5 da música popular que se tornaram - mais tarde - temas e títulos de filmes (III)
Arménia-Portugal
O que se passou ontem em Ierevan não foi nada de substancialmente diferente do acontecido na Finlândia, na Polónia e, a espaços, na Sérvia (e também na Dinamarca, em jogo particular): jogando fora, a selecção nacional de futebol tem grande dificuldade em impor os seus princípios de jogo (o tal futebol de “pé para pé”, com a bola “à flor da relva” – é este o termo em “futebolês”) contra equipas que fazem da velocidade conjugada com o poder físico-atlético e um ritmo de jogo elevado a sua principal arma. Ontem, o “batatal” e a falta de ritmo competitivo da maioria dos jogadores (a falta de velocidade foi assustadora!), muitos ainda em pré-época, só contribuíram para agravar o problema.
A propósito, porque preferiu Scolari Miguel a Bosingwa sabendo que aquele vinha de uma lesão, que lhe afectou a pré-época, e este tinha mostrado excelente condição contra o Sporting de Braga? Resposta: porque Scolari tem tanto de bom a formar, liderar, “blindar” e motivar um grupo como de conservador e medíocre na forma como aborda e prepara cada jogo.
quarta-feira, agosto 22, 2007
5 êxitos 5 da música popular que se tornaram - mais tarde - temas e títulos de filmes (II)
Dave Berry - "The Crying Game" (1964)
O Terreiro do Paço e a CML
As medidas anunciadas por António Costa para o Terreiro de Paço serão certamente boas medidas. Talvez até mesmo consensuais. Demasiado. Veremos como resultam, mas tenho por hábito desconfiar sempre destas medidas populares de “encher o olho”, a maior parte delas limitando-se a ir apenas ao encontro das ideias feitas de “Monsieur tout le monde” do tipo “animação de rua", menos carros, mais esplanadas, hóteis de charme, “bookinistes” e antiquários, e que normalmente se resumem a não mais do que meras operações de charme e propaganda destinadas a “mostrar serviço” e a ganhar o tempo e a simpatia dos “papalvos” – a “épater le bourgeois", já que, tratando-se de uma cidade, a expressão me parece bastante adequada.
Mesmo tendo em conta a situação financeira da Câmara e o pouco tempo e condições precárias do exercício do mandato, espera-se sempre de António Costa, mesmo no curto prazo, algo com maior fôlego e mais substantivo. Mais inteligente e menos “action replay”, mesmo que apenas preparado e planeado. A propósito: será muito difícil acabar rapidamente com as autênticas lixeiras a céu aberto que são os actuais “ecopontos” (???) de superfície? Se sim, e não podendo discordar das propostas de António Costa, isso é bem mais importante do que fazer do Terreiro do Paço um misto de "Antiques Roadshow" e "Querido, Mudei a Casa".
terça-feira, agosto 21, 2007
5 êxitos 5 da música popular que se tornaram - mais tarde - temas e títulos de filmes (I)
segunda-feira, agosto 20, 2007
Treze boas razões (porque é o número do azar) para a crise do futebol do Benfica
- Não querendo ir muito “lá para trás”, aos tempos de Vale e Azevedo, Damásio e até de Fernando Martins (que acordou com o FCP um tecto salarial catastrófico para o Benfica e trocou uma equipa de futebol por um estádio para 120 000 pessoas quando o tempo da televisão já se adivinhava e a época dos estádios mais pequenos e com maior conforto era previsível), a crise actual do meu clube começa com a eleição de Vilarinho, um testa de ferro de uma coligação de interesses heterogénea sem qualquer projecto para o clube excepto o de retirar o poder a Vale e Azevedo, o que ficou de imediato demonstrado com a entrada em cena de um tal Vítor Santos (Bibi), primeiro, e de Luís Filipe Vieira, depois.
- A ausência de um projecto para o futebol e a casuística gestão de recursos humanos ficou logo bem patente nas aquisições de um desconhecido André e na integração forçada de Roger numa equipa que, com Toni, jogava em 4x4x2 e, logo, onde um jogador com as características do brasileiro não tinha lugar. Seguiu-se, quase de imediato e sem ninguém perceber muito bem porquê já que o problema fundamental era a gestão de Vale e Azevedo e não todo plantel ou alguns dos seus jogadores com provas dadas, o desmantelamento quase imediato da equipa-base de então, com a venda de Calado, João Tomás, Van Hooijdonk, etc.
- Aliás, a ausência de um projecto para o futebol e, logo, de uma estratégia clara de gestão de recursos humanos ficou desde cedo bem patente, apesar de algumas contratações bem conseguidas (Ricardo Rocha, Simão, Tiago, Luisão, Miccoli – este com o problema de “precaridade” de ser um empréstimo). Face a um Sporting que apostava claramente num modelo que privilegiava a formação e a um FCP que procurava valorizar essencialmente recursos escolhidos no campeonato português e alguns na formação (Ricardo Carvalho, Deco, Paulo Ferreira, Derlei, Maniche, Costinha), nunca se entendeu muito bem qual o “modelo” do Sport Lisboa e Benfica nesta área. O que se passou com a troca Marchena/Zahovic, descapitalizando o plantel, e o que se tem passado com a “novela” dos guarda-redes é disso um perfeito sintoma.
- O problema da gestão de recursos humanos torna-se ainda mais caricato quando falamos dos poucos elementos oriundos da formação: Miguel, Maniche, Moreira e Manuel Fernandes. Com excepção de Moreira (tratado com “os pés”) todos eles abandonaram o plantel em situações de maior ou menor conflitualidade e, em parte com a excepção de Manuel Fernandes, sem a devida compensação financeira.
- Sendo o Benfica uma equipa que tem obrigatoriamente de jogar em ataque continuado em 95% dos seus jogos, só no ano passado (com Fernando Santos, mas também com Rui Costa, Katsouranis e Simão mudado de lugar) consegue ter um plantel que lhe permita adoptar este modelo de jogo, apesar de lhe faltar presença na área. Aliás, não se entende porque só anos depois da venda da dupla João Tomás/Van Hooijdonk, o Benfica consegue (?) encontrar um novo homem de área (Cardozo), ressalvadas as dúvidas ainda existentes (é lento, não “rasga” e, apesar da sua envergadura física, parece “macio”).
- A “novela” Mantorras é outro sintoma do que foi dito, e não me refiro à sua lesão já demasiado glosada. No primeiro ano de Mantorras no Benfica, e antes dessa mesma lesão, o clube colocou nos ombros de um jogador muito novo, sem “escola”, com deficiências técnicas e tácticas visíveis e que vinha de um clube sem projecção (Alverca) a responsabilidade de acarretar com a ambição de uma equipa e com o peso, prestígio e tradição de um clube. Foi um erro tremendo que o jogador pagou bem caro – e o clube também. Depois da sua lesão, a novela arrasta-se, pois Mantorras não tem condições para jogar num clube como o Benfica e constitui-se, assim, num elemento de instabilidade e perturbação.
- Por falar em recursos humanos, que dizer do “autocarro” de jogadores contratados ao Alverca? Independentemente do descrédito que suscitou, dentro e fora do clube (até no balneário isso deve ter sucedido), o assunto mereceria, pelo menos, uma investigação mais aprofundada das entidades competentes.
- Desde o início, a direcção optou por uma política de comunicação que privilegiava o populismo e a agitação em detrimento do rigor e da seriedade, falando preferencialmente para as camadas mais iletradas e menos sofisticadas dos associados do clube. Ora o futebol é, hoje em dia, uma actividade profissional, em que os sócios são cada vez menos um factor decisivo na gestão de um clube, os jogadores já não são os “coitadinhos” de antanho e um bom desempenho depende muito de patrocinadores, financiadores e empresários. Assim, uma política de comunicação como a adoptada em nada contribuiu para a coesão e confiança entre o clube e todos os seus stakeholders, mormente jogadores, equipa técnica e financiadores. Mas podemos esperar que uma galinha dê leite ou uma vaca ponha ovos?
- A mais do que provável saída de Simão, em função dos antecedentes, não foi bem preparada. Ou melhor: nem bem nem mal, não foi. Claro que seria sempre muito difícil encontrar um jogador como Simão no mercado, financeiramente acessível, mas, neste caso, a saída era previsível há muito, havendo tempo suficiente para conceber e ensaiar um modelo de jogo, com alguns outros intérpretes, que tornasse a equipa menos dependente de um só jogador, por muito influente que este fosse.
- Se, no campo restrito da gestão do futebol do clube, algo deve ser levado a crédito desta direcção isso foi, durante algum tempo, uma relativamente criteriosa escolha de treinadores. Camacho, Trapattoni e Koeman são figuras conhecidas do futebol internacional, com algum “mundo” e personalidades vincadas, prestígio enquanto jogadores internacionais de topo em campeonatos competitivos e, no caso de Trapattoni, com um curriculum invejável enquanto técnico. Neste cenário, a escolha de Fernando Santos, não estando em causa a sua competência técnica, é um erro de casting. Não foi jogador de alto nível, tem pouco “mundo”, falta de carisma e pouco conhecimento do futebol internacional. Para além disso, pouca aceitação junto dos sócios, o que até pode ter dado algum jeito a LFV e à direcção que terão ali encontrado um “bode expiatório” - papel ao qual, aliás, Fernando Santos se prestou sem um estremecimento que fosse. Principal responsável? Longe disso, como temos visto, até porque alguém o escolheu.
- Conforme aqui mesmo afirmei, ao trocar jogadores experientes do futebol europeu (Miccoli, Simão, Karagounis e até Ricardo Rocha) por jogadores de segunda linha e jovens promessas sul americanos, alguns chegados já tarde e outros (Stretnovic e Andrés Diaz) ninguém sabe bem porquê, LFV escolhia uma estratégia de risco, com todas as condições para fracassar. Por isso, ao afirmar que qualquer treinador se sentiria feliz com o plantel do Benfica, LFV estava a oferecer, se tudo corresse mal, Fernando Santos em imolação com o consentimento deste, que deveria ter-se demitido de imediato. Assim, imolou-se mais cedo do que todos estaríamos à espera. A partir de agora (com Camacho?) resta a LFV passar a dar o corpo ás balas.
- Na época passada (disse-o a seguir ao jogo com o F.C. Copenhaga), a única dos últimos anos em que o Benfica finalmente abandonou o modelo de contra-ataque, eram Simão e Miccoli (também Karagounis) que criavam os desequilíbrios no último terço do campo. O meio-campo funcionava essencialmente como elemento encarregue da contenção e circulação de bola. Na ausência daqueles, e, agora, com uma referência de área (Cardozo), o meio-campo tinha de passar a ter um papel desequilibrador, precisando para isso de jogadores de outro tipo (e até, talvez, de um outro sistema de jogo). O único jogador com características para isso (Manuel Fernandes) viu o seu passe negociado na véspera do primeiro jogo oficial da época.
- Não falo sobre o affaire Veiga; já outros disseram tudo. Por isso, resta-me falar da extraordinária passividade da esmagadora maioria dos sócios e adeptos do Benfica, durante os últimos anos, secundados por uma comunicação social colaborante para não dizer cúmplice. Sim, eu sei que o clube recuperou alguma respeitabilidade (alguma, note-se) e também parte da sua credibilidade financeira. Sei também que é tempo de ressaca da gestão Vale e Azevedo (e de Damásio, convém não esquecer). Mas, que raio, isso não explica e desculpa tudo, principalmente quando esta direcção gozou de condições únicas e priveligiadas para exercer os seus mandatos: inexistência de oposição e cumplicidade mediática.
A CGTP, o "Bloco" e o desemprego das mulheres
Discriminação? Claro, mas não da forma simplista e muito menos restrita às empresas que Cartaxo e Helena Pinto pretendem reivindicar. É uma questão social bem mais vasta e complexa, que começa bem no cerne da família e tem longa tradição. Mesmo à esquerda e no seio da “vanguarda operária”...
domingo, agosto 19, 2007
Marques Mendes, o populismo e o desemprego
sábado, agosto 18, 2007
Pensamento de um sábado de futebol...
Duas reportagens da RTP: Cuba e Pinto da Costa
A reportagem sobre o presidente do FCP vale, essencialmente, por uma atitude: finalmente, a RTP decidiu enfrentar aquilo que foi, durante anos, um estado dentro do estado. Não sejamos contudo ingénuos: veio depois de outros, como Rui Rio, terem assumido o pioneirismo, da justiça se ter decidido (?) a enfrentá-lo e das críticas de alguns “compagnons de route” anunciarem, também elas, aquilo que parece ser o fim de um ciclo. Talvez também pelo facto da concorrente SIC se ter assumido como sua tribuna de defesa. A reportagem - ou o programa – é, contudo, muito mais do que isso: também um retrato do arrivismo político, económico e social dos últimos trinta anos, da condescendência com que foi aceite e do proteccionismo que conseguiu obter nas instituições da República, fruto da necessidade de, depois das nacionalizações de 1975 e do exílio do “dinheiro velho”, gerar rapidamente uma burguesia empreendedora que estruturasse e se constituísse na base económica do regime. É este modelo - presidente de clube, Câmara Municipal, empresários da região, conivência dos poderes centrais –, demasiadas vezes apresentado como exemplo por políticos e “media”, que acabou por ser reproduzido e se estruturou em muitas das cidades e vilas de província. As consequências aí estão, no atraso do país e na sua degradação.
sexta-feira, agosto 17, 2007
As Capas de Cândido Costa Pinto (33)
quinta-feira, agosto 16, 2007
A Volta a Portugal e os "três grandes"
Nos anos cinquenta e sessenta a televisão ainda não tinha tomado conta do espectáculo desportivo e, dizia-se, a Volta a Portugal levava-o à porta de casa de cada um, num país rural, de vilas e aldeias. Mesmo assim não terão sido tanto Nicolau e Trindade que moldaram a grandeza e rivalidade de Benfica e Sporting, mas antes os sucessos dos “cinco violinos” e do “Benfica campeão europeu”, entrando na casa de cada um ou no café da aldeia, via rádio. Talvez Nicolau e Trindade tenham ajudado um pouco; mas não mais do que isso, esse pouco.
Para além de o país ter mudado, urbanizando-se, hoje é a televisão que faz esse espectáculo entrar nas nossas casas, quer se chame "Champions League", “Tour”, "Formula 1" ou "Premiership". O filho de uns amigos, por exemplo, com sete anos, é um apoiante entusiasta do Chelsea, aguardando os pais a oportunidade de o levar um dia a Stamford Bridge. É aí, no campo internacional via TV, que, na sociedade global, a grandeza dos ídolos e dos clubes se joga e decide. Por isso, pretender que a participação dos principais clubes do futebol português - chamem-se Benfica, Sporting ou FCP - na Volta a Portugal em bicicleta, com as suas equipas de ciclismo, lhes trará alguma vantagem ou valor acrescentado significativos é um erro fruto do saudosismo e de um passado que se quer à força mitificar. Poderá, quanto muito, trazer mais umas centenas ou poucos milhares de pessoas à estrada, ou alguns mais milhares (não muitos) aos ecrans de TV; mas disso só beneficiarão a organização e a própria cadeia de televisão escolhida, que, assim, terão justificação para cobrar mais algum dinheiro a patrocinadores e anunciantes. Daí a insistência.
História(s) da Música Popular (55) - a verdadeira morte de Elvis Presley
"Blue Moon Of Kentucky" - Bill Monroe and His Bluegrass Boys
Confesso que pouco ou nada me interessa a efeméride assinalada com os trinta anos da morte de Elvis Presley. Ou dez, vinte, quarenta ou cinquenta (e etc), se lá chegar. Muito menos os disparates que oiço e leio nos media portugueses. A questão tem nula importância para a história do rock n’ roll e da música popular, estando, isso sim, muito mais ligada a fenómenos de religiosidade pagã comuns a muitas personalidades do show business, chamem-se Elvis, Eva Péron (a política, tal como Evita a encarava, também é, ou é principalmente, espectáculo) ou Carmen Miranda. Se, em Portugal, nada de semelhante se passou com Amália Rodrigues isso deve-se, talvez, ao facto de ter morrido já retirada e com idade respeitável, mas também, um pouco, ao 25 de Abril e às modificações muito rápidas a que ele deu origem na sociedade portuguesa durante as duas décadas seguintes. Aliás, existem semelhanças notáveis nos percursos de Elvis e de Amália, mormente o facto de terem tido carreiras relativamente longas, mas a sua importância na história da música popular (a níveis diferentes, evidentemente), bem como a qualidade da música por ambos produzida, se ter restringido a um período muito curto. Mas adiante...
Se quisermos assinalar a morte de Elvis Presley seria bem melhor escolher uma data como 24 de Março de 1958, dia em que “entrou para a tropa”. Ou também o dia em que deixou a Sun Records, de Sam Philips, e assinou contrato com a major RCA. Ou, ainda, o dia em que o célebre “Colonel” Parker se tornou seu manager e Elvis começou a deslizar do terreno do rockabilly e do rock n’ roll para o de vedeta do show business e do music-hall, algures entre Hollywood e Las Vegas. Isto, porque o contributo de Elvis para o nascimento do rockabilly, enquanto fusão do rock n’ roll dos negros (o termo era um eufemismo para o acto sexual) e do hillbilly dos brancos – com toda a importância sociológica que irá ter na luta contra o conservadorismo e a segregação racial na década seguinte – se restringe, fundamentalmente, ao período das suas gravações para a Sun e início do seu período RCA, onde as primeiras edições são, ainda, algumas delas, “fitas” compradas à Sun.
Elvis nasceu de facto a 5 de Julho de 1954 (data em que gravou “That´s All Right”, um blues de Arthur “Big Boy” Crudup, para a Sun), e morreu a 24 de Março de 1958, dia em que foi alistado na infantaria do tio Sam. Este é de facto o período que dá origem ao nascimento de uma nova cultura, e não apenas a uma nova música. Sejamos rigorosos e justos nas comemorações.
Alguns nomes e factos importantes:
A ouvir:
- “The Sun Sessions CD” (RCA) – inclui todos os originais de Elvis para a Sun, gravados em Memphis, Tennessee, entre Julho de 1954 e Julho de 1955.
A evitar:
- Tudo o que tenha a ver com as comemorações da sua morte, incluindo a grande maioria das referências nos media, bem como as gravações posteriores a 1958.
- Os filmes.
Outros nomes:
- Sam Phillips – proprietário da Sun Records, em Memphis, que gravou e editou os primeiros discos de Elvis Presley e foi um dos primeiros brancos a gravar música negra (Howlin’ Wolf, Junior Parker, etc).
- Dewey Phillips e WHBQ – foram o primeiro disk jockey e a primeira rádio a “passar” “That’s All Right” a 7 de Julho de 1954. Convém lembrar que foi a pujança e proliferação das editoras de discos e rádios locais, e a sua concorrência numa América em crescimento no período do pós-guerra, que esteve na base da divulgação da nova cultura "juvenil".
- Scotty Moore – primeiro manager de Elvis e guitarrista nas suas primeiras gravações.
quarta-feira, agosto 15, 2007
terça-feira, agosto 14, 2007
Que Benfica?
- Sem Simão, Miccoli e também sem Karagounis (injustamente esquecido), o Benfica não tem quem desequilibre no último terço do campo. Com Cardozo (parece-me um jogador com boa técnica de remate com o pé esquerdo mas lento, macio, demasiado posicional – com pouco poder de desmarcação - e sem “romper” ou fazer uso do poder de choque que o seu físico poderia sugerir) e Bergessio (um jogador apenas esforçado?), o meio campo tem obrigatoriamente de rever os princípios de jogo utilizados no ano passado, quando tinha outro tipo de jogadores à sua frente. Poderá fazê-lo sem Manuel Fernandes (que funcionava como “elástico”) e apenas com os jogadores herdados dessa última época?
- Luís Filipe Vieira devia preocupar-se mais em gerir o Benfica com eficácia e rigor e menos com o FCP. Quando será que termina o “ciclo populista” no meu clube, inaugurado há já demasiado tempo e ainda antes da actual direcção?
"Silly Season" - Portugal e a falta de rigor
Já por aqui tenho afirmado que considero os portugueses e as empresas portuguesas, genericamente, pouco perfeccionistas, actuando de forma pouco rigorosa e recorrendo por demais ao improviso e menos aos procedimentos normativos. Deixa-se demasiado campo aberto ao individual, á inspiração de momento e menos ao estandardizado e normalizado. Tudo isto, claro está, não acontece por acaso, mas é fruto de um mercado pouco competitivo, tradicionalmente demasiado “defendido” pelo estado ou por fronteiras, vocacionado durante muitos anos para o mercado colonial e produtor de mercadorias de baixo valor acrescentado, pouco sofisticado fruto de consumidores pouco educados e exigentes. Tudo isto se torna, para mim, mais evidente quando tenho ou decido recorrer a serviços públicos, onde as situações de monopólio real ou “de facto” são mais evidentes - transportes colectivos, Serviço Nacional de Saúde, etc – embora reconheça que muito de bom se tem feito nos últimos anos e longo foi o caminho já percorrido.
Todo este “arrazoado” vem a propósito de ter utilizado o “Intercidades” no trajecto Lisboa (Entre Campos)-Funcheira (o "Alfa" não pára na Funcheira, a estação que serve o litoral alentejano), na passada sexta-feira. Já o tinha utilizado há dois anos, aí no trajecto Loulé-Entre Campos, sem quaisquer reparos negativos para além do que considero um tempo excessivo de viagem (três horas e quarenta e cinco minutos no "Intercidades" para três horas e sete minutos no "Alfa", que não pude utilizar por incompatibilidade de horário). Desta vez, dois reparos, que muito têm que ver com a análise efectuada no primeiro parágrafo:
- Ao entrar na estação de Entre-Campos, deveria existir, em cada entrada, um painel com a indicação dos trajectos servidos por cada uma das quatro linhas. Não existe, e é preciso procurar essa informação depois de entrar na estação. Para quem leva bagagem pesada, tenha alguma idade ou não esteja muito habituado a viajar, não será muito agradável ou claro.
- Em cada plataforma, a informação sobre o destino de cada combóio não é claramente legível ao longe, de todos os pontos dessa mesma plataforma (e eu vejo bem à distância). Claro que essa informação é repetida pela instalação sonora, mas, demasiadas vezes, “abafada” pelo ruído dos comboios que permanentemente chegam e partem (é também uma estação que serve as linhas suburbanas). Para além disso, e tratando-se de destinos turísticos (o combóio transportava umas largas dezenas), deveria ser transmitida em inglês, o que também não acontece.
Conclusão: pouco rigor e pouca consideração pelo utilizador. Uma vez mais, o mesmo problema de sempre.
segunda-feira, agosto 13, 2007
A Guerra Aqui (mesmo) Ao Lado (24)
"Com molts dels cartells fets pel Sindicat de Dibuixants Profesionals i encarregats pel POUM està editat en català i castellà. Cartell ideologic que amb la representació d'una massa de treballadors apretats i oprimits. Mostra com el millor camí per als obrers és el socialisme.L'estil és clarament pictoricista.
Rescaldo de um calmo fim de semana alentejano
sexta-feira, agosto 10, 2007
quinta-feira, agosto 09, 2007
História(s) da Música Popular (54)
Pois o par conheceu-se em 1958, quando frequentavam o Queens College, e diz a lenda que passavam as tardes a compor canções, Carole ao piano e Gerry escrevendo poemas. Talvez fizessem algo mais, já que casaram, tiveram duas filhas e foram muito felizes até 1968, ano do seu divórcio. Foram apresentados a Don Kirshner, da Aldon Music, por Neil Sedaka e o seu primeiro grande êxito, saído do mini-gabinete que partilhavam no Brill Building, chamou-se “Will You Love Me Tomorrow”, #1 para as Shirelles em 1961. O tema foi objecto de inúmeras cover versions, de intérpretes tão famosos como Dusty Springfield, Cher, Neil Diamond, Bryan Ferry e da própria Carole, que o incluiu no seu mais famoso álbum, “Tapestry” (1971). Já agora, sabiam que os Beatles também cantam Gerry Goffin e Carole King? Mas isso fica para depois, já que temos muito tempo e, por agora, ficam aqui as Shirelles e “Will You Love Me Tomorrow”.
Muito para além do Sherlock que está latente em todos nós
Duas causas (pelo menos) se conjugam para que a Polícia Judiciária tente “fechar” o caso Madeleine McCann a curto prazo. A primeira, o facto de não poder arriscar, face à repercussão mediática internacional que o caso gerou, um falhanço nas conclusões da investigação sem que isso tenha consequências no seu prestígio (se é que o tem) e, por arrasto, no do país, sabendo nós quanto isso está por vezes “dependente” de questões bem menos graves - como seja de um resultado desportivo - e qual o peso institucional das corporações (principalmente as policiais) nos orgãos de decisão do país. Basta ver a defesa “acalorada” a que ex-inspectores, ex-membros das polícias, governantes, e etc, se dedicam quando, de algum modo, os corpos policiais são postos em causa ou questionados na sua eficácia, isenção e honestidade. Se se concluir da existência de falhas na investigação, nas “barbas” da Metropolitan Police, ainda pior.
A segunda, o facto, pouco ou nada citado, de uma investigação deste tipo custar dinheiro (muito) e consumir recursos (também muitos), principalmente quando do “outro lado” eles parecem existir em quantidade suficiente para manter a pressão mediática e gerar novos factos susceptíveis de manter a investigação quase eternamente em aberto (“avistamentos”, falsas pistas de ordem vária e por aí fora).
Parecendo estar a descoberta do seu paradeiro, no caso de rapto, cada vez mais longe, é no cenário acima descrito que a morte de Madeleine McCann, mesmo que sem cadáver, encaixa perfeitamente, permitindo fechar o caso. Esperemos que com provas bem sólidas...
quarta-feira, agosto 08, 2007
Um "post" mesmo de "silly season"
terça-feira, agosto 07, 2007
Grandes Séries (19)
O Governo Regional da Madeira é o verdadeiro rosto da oposição
Discordância e lealdade
segunda-feira, agosto 06, 2007
A "lei Barreto" e a RTP
domingo, agosto 05, 2007
sábado, agosto 04, 2007
Dalila e o Presidente
Férias, vinhos e "gourmandise"
Começando pelos que são já valores seguros, duas confirmações: o “Esporão” Reserva branco (eu cá por mim, peço desculpa, mas “Esporão” prefiro os brancos e os tintos “monocasta”) e o “Prova Régia”, um Arinto de Bucelas sempre lá para o que der e vier. Já no ano passado tinha tido oportunidade, no mesmo local e com os mesmos parceiros de prova, de beber o “Morgado de Stª Catarina”, basicamente um Arinto da mesma proveniência mas fermentado em madeira. Três colheitas diferentes já deste milénio, todos muito diferentes mas de excelência semelhante. Um bom regresso meu à marca, depois de uma descoberta entusiástica na última década do século passado e de uma ou outra experiência posterior pouco gratificante por demasiada oxidação do vinho. Penso, questões de armazenamento incorrecto.
Mas também duas meias surpresas, já provadas uma vez, e que se confirmaram: o “Adega Cooperativa de Pegões – colheita seleccionada 2006”, 2.99€ no Pingo Doce e uma relação preço/qualidade imbatível (Chardonay+Arinto+Antão Vaz+Pinot Blanc e madeira no ponto), e o Verdelho de José Maria da Fonseca, que me apetece eleger como o verdadeiro branco silly season (sem desprimor), fresco, simples, despretensioso, ideal para conversa com os amigos junto à piscina ou para substituir o "gin tónico" quando do regresso da praia.
Em um dos dias, um tinto que deu excelente conta de si, acompanhando uns fusilli cozidos "al dente" com cogumelos salteados: um Tinta Caiada +Trincadeira (50% cada) da Herdade das Pias. Confesso que venceu alguma da minha desconfiança inicial, já que as minhas experiências anteriores com Tinta Caiada tinham estado longe da exuberância, chegando a confessar aos amigos a minha estranheza por se darem ao trabalho de engarrafar a casta solitária. Mas parece tinha razão, pois a companhia da Trincadeira ter-lhe-á feito muito bem. Depois de posto a uma temperatura conveniente , em dia de canícula, mostrou ser um vinho “guloso”, fácil, corpo a condizer com os seus 13.5º e aromas a compota e ameixa preta. Fez-me lembrar, peço desculpa, o “T” de Terrugem... mas menos complexo e com um preço bem mais convidativo (menos de 12€ no P. de Açucar das Amoreiras).
Mas ontem foi mesmo dia de coisas mais sérias. Primeiro, “saiu à praça” um Riesling (2004) de Dirk Niepoort, feito (1000 garrafas) com uvas de uma vinha velha que cresce a 800 m de altitude e que acompanhou um “simples” salmão fumado em cima de pão de centeio barrado com manteiga sem sal. Confesso que durante anos me desiludi com os Riesling e os Sauvignon feitos por cá, fora do seu terroir de origem. Há uns três ou quatro anos, os Lavradores da Feitoria finalmente quase me convenceram, com um Sauvignon indígena, feito no Douro, indiscutivelmente um dos brancos portugueses de excelência embora diferente dos Sancerre e Pouilly Fumé do vale do Loire. Agora, este Riesling... que dizer? Indiscutivelmente um muito bom branco, cheio de aromas a fruta tropical e menos florais ou minerais. Algo mais do que uma experiência interessante? Isso já não sei, pois uma garrafa de 2005, de seguida aberta, revelou um vinho a atirar para o “chato”, talvez por mor de um amadurecimento demasiado rápido fora do seu terroir de origem, da Alsácia e do Mosela.
Para acompanhar umas coxas de pato confitadas, algo já há muito esperado: o Quinta do Mouro rótulo dourado. Não sendo eu um fanático do Alentejo dos vinhos, confesso que me tinha rendido ao Quinta do Mouro já há alguns anos, em dia de Sporting-Benfica de boa memória por via de uns quatro a um em que Brian Dean brilhou a grande altura e o Quinta do Mouro também. Menos alentejano que a versão “de estrada” (é um elogio), esta versão “racing” revela-se com mais taninos e maior complexidade. Como sobrou meia garrafa, repito hoje ao jantar. Viva!
Terminou o fantástico repasto continuando a conversa em torno de um eiswein (vinho obtido a partir de uvas congeladas na própria vinha) do produtor austríaco Alois Kracher, penso que vinificado com uvas Chardonnay e Welschriesling. Esplendoroso eiswein!!! Experimentem-no também com um foie gras, num jantar ao ar livre, ao pôr do sol e em boa companhia e depois digam se não sou vosso amigo!
sexta-feira, agosto 03, 2007
História(s) da Música Popular (53)
Apesar de tudo, o duo Sedaka-Greenfield continuou activo, mas disso já não reza a História mas apenas as histórias (e pequenas). Deixaram de colaborar em 1973 e Sedaka encontrou uma espécie de segunda vida no UK, via Elton John. Mas, como disse, já nada disso é muito importante. Gravou uma segunda versão de "Breaking Up Is Hard To Do" em 1976 e, finalmente, já em 1980, gravou a duo com a sua filha Dara: “Should’ve Never Let You Go”. Mas... who cares?
quinta-feira, agosto 02, 2007
Homenagem a "Death Proof", visto hoje às 14.30h, no Monumental, com 5-pessoas-5 na sala
quarta-feira, agosto 01, 2007
As opções de António Costa
Contribui também, claro está, para criar alguma “aura” de esquerda em torno de António Costa, o que, nas circunstâncias políticas actuais, pode vir a revelar-se muito útil, no futuro, tanto para si próprio como para o seu partido. Chapeau!