Seguro do apoio da elite do partido, Marques Mendes tem dedicado a sua campanha interna a um exercício de populismo tentando evitar surpresas na próxima eleição para presidente do partido. Só assim se compreende o Chão da Lagoa; só assim se compreende o Pontal; só assim a sua afirmação indignada pelo facto de o desemprego aumentar em Portugal enquanto diminui na restante UE pode merecer nada mais do que um sorriso benevolente, pela demagogia ou ignorância, pois Marques Mendes bem sabe, ou deveria saber, que se isso acontece é apenas porque os governos anteriores, de Santana, Barroso, Cavaco, mas também de Guterres, quais cigarras num coro afinado, se esqueceram do trabalho de casa que havia para fazer, enquanto outros, mais avisados ou formigas, o iam realizando em tempo oportuno. Incluindo, claro está, a nossa vizinha Espanha do PP e de Aznar, partido “mais ou menos irmão” do PSD. O problema para Marques Mendes é que esse exercício de populismo, se o pode pôr a salvo de surpresas internas, o afasta cada vez mais de uma surpresa externa, isto é, da hipótese de vencer Sócrates em 2009, ou mesmo de evitar a sua segunda maioria absoluta. Mas isso, acho, já Marques Mendes e o partido reconheceram há muito...
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