Uma semana de vinhos, já que isto de tempo de férias a isso nos conduz (sem qualquer esforço e com muito prazer, acrescente-se). E brancos, de preferência, nesta época de mais calores e menos temores.
Começando pelos que são já valores seguros, duas confirmações: o “Esporão” Reserva branco (eu cá por mim, peço desculpa, mas “Esporão” prefiro os brancos e os tintos “monocasta”) e o “Prova Régia”, um Arinto de Bucelas sempre lá para o que der e vier. Já no ano passado tinha tido oportunidade, no mesmo local e com os mesmos parceiros de prova, de beber o “Morgado de Stª Catarina”, basicamente um Arinto da mesma proveniência mas fermentado em madeira. Três colheitas diferentes já deste milénio, todos muito diferentes mas de excelência semelhante. Um bom regresso meu à marca, depois de uma descoberta entusiástica na última década do século passado e de uma ou outra experiência posterior pouco gratificante por demasiada oxidação do vinho. Penso, questões de armazenamento incorrecto.
Mas também duas meias surpresas, já provadas uma vez, e que se confirmaram: o “Adega Cooperativa de Pegões – colheita seleccionada 2006”, 2.99€ no Pingo Doce e uma relação preço/qualidade imbatível (Chardonay+Arinto+Antão Vaz+Pinot Blanc e madeira no ponto), e o Verdelho de José Maria da Fonseca, que me apetece eleger como o verdadeiro branco silly season (sem desprimor), fresco, simples, despretensioso, ideal para conversa com os amigos junto à piscina ou para substituir o "gin tónico" quando do regresso da praia.
Em um dos dias, um tinto que deu excelente conta de si, acompanhando uns fusilli cozidos "al dente" com cogumelos salteados: um Tinta Caiada +Trincadeira (50% cada) da Herdade das Pias. Confesso que venceu alguma da minha desconfiança inicial, já que as minhas experiências anteriores com Tinta Caiada tinham estado longe da exuberância, chegando a confessar aos amigos a minha estranheza por se darem ao trabalho de engarrafar a casta solitária. Mas parece tinha razão, pois a companhia da Trincadeira ter-lhe-á feito muito bem. Depois de posto a uma temperatura conveniente , em dia de canícula, mostrou ser um vinho “guloso”, fácil, corpo a condizer com os seus 13.5º e aromas a compota e ameixa preta. Fez-me lembrar, peço desculpa, o “T” de Terrugem... mas menos complexo e com um preço bem mais convidativo (menos de 12€ no P. de Açucar das Amoreiras).
Mas ontem foi mesmo dia de coisas mais sérias. Primeiro, “saiu à praça” um Riesling (2004) de Dirk Niepoort, feito (1000 garrafas) com uvas de uma vinha velha que cresce a 800 m de altitude e que acompanhou um “simples” salmão fumado em cima de pão de centeio barrado com manteiga sem sal. Confesso que durante anos me desiludi com os Riesling e os Sauvignon feitos por cá, fora do seu terroir de origem. Há uns três ou quatro anos, os Lavradores da Feitoria finalmente quase me convenceram, com um Sauvignon indígena, feito no Douro, indiscutivelmente um dos brancos portugueses de excelência embora diferente dos Sancerre e Pouilly Fumé do vale do Loire. Agora, este Riesling... que dizer? Indiscutivelmente um muito bom branco, cheio de aromas a fruta tropical e menos florais ou minerais. Algo mais do que uma experiência interessante? Isso já não sei, pois uma garrafa de 2005, de seguida aberta, revelou um vinho a atirar para o “chato”, talvez por mor de um amadurecimento demasiado rápido fora do seu terroir de origem, da Alsácia e do Mosela.
Para acompanhar umas coxas de pato confitadas, algo já há muito esperado: o Quinta do Mouro rótulo dourado. Não sendo eu um fanático do Alentejo dos vinhos, confesso que me tinha rendido ao Quinta do Mouro já há alguns anos, em dia de Sporting-Benfica de boa memória por via de uns quatro a um em que Brian Dean brilhou a grande altura e o Quinta do Mouro também. Menos alentejano que a versão “de estrada” (é um elogio), esta versão “racing” revela-se com mais taninos e maior complexidade. Como sobrou meia garrafa, repito hoje ao jantar. Viva!
Terminou o fantástico repasto continuando a conversa em torno de um eiswein (vinho obtido a partir de uvas congeladas na própria vinha) do produtor austríaco Alois Kracher, penso que vinificado com uvas Chardonnay e Welschriesling. Esplendoroso eiswein!!! Experimentem-no também com um foie gras, num jantar ao ar livre, ao pôr do sol e em boa companhia e depois digam se não sou vosso amigo!
Começando pelos que são já valores seguros, duas confirmações: o “Esporão” Reserva branco (eu cá por mim, peço desculpa, mas “Esporão” prefiro os brancos e os tintos “monocasta”) e o “Prova Régia”, um Arinto de Bucelas sempre lá para o que der e vier. Já no ano passado tinha tido oportunidade, no mesmo local e com os mesmos parceiros de prova, de beber o “Morgado de Stª Catarina”, basicamente um Arinto da mesma proveniência mas fermentado em madeira. Três colheitas diferentes já deste milénio, todos muito diferentes mas de excelência semelhante. Um bom regresso meu à marca, depois de uma descoberta entusiástica na última década do século passado e de uma ou outra experiência posterior pouco gratificante por demasiada oxidação do vinho. Penso, questões de armazenamento incorrecto.
Mas também duas meias surpresas, já provadas uma vez, e que se confirmaram: o “Adega Cooperativa de Pegões – colheita seleccionada 2006”, 2.99€ no Pingo Doce e uma relação preço/qualidade imbatível (Chardonay+Arinto+Antão Vaz+Pinot Blanc e madeira no ponto), e o Verdelho de José Maria da Fonseca, que me apetece eleger como o verdadeiro branco silly season (sem desprimor), fresco, simples, despretensioso, ideal para conversa com os amigos junto à piscina ou para substituir o "gin tónico" quando do regresso da praia.
Em um dos dias, um tinto que deu excelente conta de si, acompanhando uns fusilli cozidos "al dente" com cogumelos salteados: um Tinta Caiada +Trincadeira (50% cada) da Herdade das Pias. Confesso que venceu alguma da minha desconfiança inicial, já que as minhas experiências anteriores com Tinta Caiada tinham estado longe da exuberância, chegando a confessar aos amigos a minha estranheza por se darem ao trabalho de engarrafar a casta solitária. Mas parece tinha razão, pois a companhia da Trincadeira ter-lhe-á feito muito bem. Depois de posto a uma temperatura conveniente , em dia de canícula, mostrou ser um vinho “guloso”, fácil, corpo a condizer com os seus 13.5º e aromas a compota e ameixa preta. Fez-me lembrar, peço desculpa, o “T” de Terrugem... mas menos complexo e com um preço bem mais convidativo (menos de 12€ no P. de Açucar das Amoreiras).
Mas ontem foi mesmo dia de coisas mais sérias. Primeiro, “saiu à praça” um Riesling (2004) de Dirk Niepoort, feito (1000 garrafas) com uvas de uma vinha velha que cresce a 800 m de altitude e que acompanhou um “simples” salmão fumado em cima de pão de centeio barrado com manteiga sem sal. Confesso que durante anos me desiludi com os Riesling e os Sauvignon feitos por cá, fora do seu terroir de origem. Há uns três ou quatro anos, os Lavradores da Feitoria finalmente quase me convenceram, com um Sauvignon indígena, feito no Douro, indiscutivelmente um dos brancos portugueses de excelência embora diferente dos Sancerre e Pouilly Fumé do vale do Loire. Agora, este Riesling... que dizer? Indiscutivelmente um muito bom branco, cheio de aromas a fruta tropical e menos florais ou minerais. Algo mais do que uma experiência interessante? Isso já não sei, pois uma garrafa de 2005, de seguida aberta, revelou um vinho a atirar para o “chato”, talvez por mor de um amadurecimento demasiado rápido fora do seu terroir de origem, da Alsácia e do Mosela.
Para acompanhar umas coxas de pato confitadas, algo já há muito esperado: o Quinta do Mouro rótulo dourado. Não sendo eu um fanático do Alentejo dos vinhos, confesso que me tinha rendido ao Quinta do Mouro já há alguns anos, em dia de Sporting-Benfica de boa memória por via de uns quatro a um em que Brian Dean brilhou a grande altura e o Quinta do Mouro também. Menos alentejano que a versão “de estrada” (é um elogio), esta versão “racing” revela-se com mais taninos e maior complexidade. Como sobrou meia garrafa, repito hoje ao jantar. Viva!
Terminou o fantástico repasto continuando a conversa em torno de um eiswein (vinho obtido a partir de uvas congeladas na própria vinha) do produtor austríaco Alois Kracher, penso que vinificado com uvas Chardonnay e Welschriesling. Esplendoroso eiswein!!! Experimentem-no também com um foie gras, num jantar ao ar livre, ao pôr do sol e em boa companhia e depois digam se não sou vosso amigo!
1 comentário:
E que bem que souberam os valores seguros. Definitivamente melhores com apreciada companhia. abraço
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