Nas décadas de setenta e oitenta do século passado, Portugal conseguiu finalmente alguns resultados relevantes no atletismo. Com a excepção do 5º lugar de José Carvalho nos 400 m barreiras nos Jogos Olímpicos de Montreal, isso aconteceu fundamentalmente graças às boas prestações dos atletas portugueses nas corridas de fundo, 5 e 10 mil metros, maratona e corta-mato.
Com a entrada em força dos atletas africanos na competição, isto é, com a globalização, Portugal deixou de ser competitivo a este nível e teve de “reconverter” o seu atletismo. Passou por alguns sucessos numa disciplina “intermédia” (1 500 metros) e na marcha (onde países de Leste, do sul da Europa e da América Latina, com algumas semelhanças com Portugal, são dominantes) e começou lentamente a obter resultados de nível razoável em algumas provas técnicas: velocidade e saltos (com Carlos Calado), disco feminino (com Teresa Machado), heptatlo (Naide Gomes) e até com um ou outro resultado que não deslustrava nos 400 metros barreiras. Hoje em dia, mesmo que com a ajuda de algum know how importado (Francis Obikwelu) é em algumas provas mais técnicas (velocidade, saltos) que Portugal obtém alguns dos seus melhores resultados, não sendo de estranhar que algo de semelhante venha a acontecer no futuro em disciplinas como os saltos em altura e com vara ou mesmo provas de velocidade com barreiras.
Este é um exemplo de sucesso na reconversão que deve ser apontado ao tecido empresarial português, que, também ele (e é já um lugar comum), terá de optar por competir internacionalmente e, para ter sucesso, com produtos de mais elevado valor acrescentado e maior incorporação técnica, científica e de gestão, mesmo que recorrendo, aqui e ali e tal como aconteceu no atletismo, a algum know how importado. Os resultados do atletismo mostram que essa reconversão é possível, com investimento, trabalho sério e tirando partido das infra-estruturas construídas nos últimos anos. Algo, no entanto, o torna mais difícil: em primeiro lugar, terá custos sociais e políticos bastante penalizadores - a nível do desemprego, por exemplo – que será necessário estar disposto a assumir; em segundo lugar, basta ouvir alguns dos comentadores, dirigentes, técnicos e atletas para perceber, rapidamente, que a sua preparação pessoal, educacional, profissional e social, no campo específico da sua actividade, está, em média, a milhas de distância, pela positiva, da apresentada pela maioria dos agentes que, no campo empresarial, poderiam protagonizar essa mudança.
Com a entrada em força dos atletas africanos na competição, isto é, com a globalização, Portugal deixou de ser competitivo a este nível e teve de “reconverter” o seu atletismo. Passou por alguns sucessos numa disciplina “intermédia” (1 500 metros) e na marcha (onde países de Leste, do sul da Europa e da América Latina, com algumas semelhanças com Portugal, são dominantes) e começou lentamente a obter resultados de nível razoável em algumas provas técnicas: velocidade e saltos (com Carlos Calado), disco feminino (com Teresa Machado), heptatlo (Naide Gomes) e até com um ou outro resultado que não deslustrava nos 400 metros barreiras. Hoje em dia, mesmo que com a ajuda de algum know how importado (Francis Obikwelu) é em algumas provas mais técnicas (velocidade, saltos) que Portugal obtém alguns dos seus melhores resultados, não sendo de estranhar que algo de semelhante venha a acontecer no futuro em disciplinas como os saltos em altura e com vara ou mesmo provas de velocidade com barreiras.
Este é um exemplo de sucesso na reconversão que deve ser apontado ao tecido empresarial português, que, também ele (e é já um lugar comum), terá de optar por competir internacionalmente e, para ter sucesso, com produtos de mais elevado valor acrescentado e maior incorporação técnica, científica e de gestão, mesmo que recorrendo, aqui e ali e tal como aconteceu no atletismo, a algum know how importado. Os resultados do atletismo mostram que essa reconversão é possível, com investimento, trabalho sério e tirando partido das infra-estruturas construídas nos últimos anos. Algo, no entanto, o torna mais difícil: em primeiro lugar, terá custos sociais e políticos bastante penalizadores - a nível do desemprego, por exemplo – que será necessário estar disposto a assumir; em segundo lugar, basta ouvir alguns dos comentadores, dirigentes, técnicos e atletas para perceber, rapidamente, que a sua preparação pessoal, educacional, profissional e social, no campo específico da sua actividade, está, em média, a milhas de distância, pela positiva, da apresentada pela maioria dos agentes que, no campo empresarial, poderiam protagonizar essa mudança.
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