Sabendo que a sua política reaccionária em nada afecta o poder dos sindicatos do sector, o ministro Nuno Crato dá-se até ao luxo de lançar uma pequena provocação a Mário Nogueira, exibindo de forma arrogante as certezas de que, ao contrário do que aconteceu no consulado de Maria de Lurdes Rodrigues - que, de facto, com a avaliação e a reestruturação das carreiras pôs em causa o poder da Fenprof e os interesses corporativos dos professores - não haverá contestação nas ruas. Estamos assim, neste momento, perante um género de tempestade quase perfeita: uma "santa aliança" entre o ministro da Educação mais reaccionário da democracia e um poderoso sindicato conservador e corporativo afecto ao Partido Comunista. Pior seria quase impossível, e mais uma vez se prova que nada de verdadeiramente progressivo e sustentável se conseguirá levar por diante na Educação sem uma derrota clara do actual poder sindical.
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