quinta-feira, setembro 06, 2012

Ainda a nomeação de Alberto da Ponte para a RTP

Vamos lá tentar ser claros... O que é relevante na nomeação de Alberto da Ponte como presidente da RTP não é o facto de vir de uma grande empresa cervejeira e não ter experiência na área da comunicação social: isso é quase irrelevante e não fará dele melhor ou pior gestor da RTP. Muito menos o facto, apontado como positivo pelo populismo e propaganda governamentais, de, ao contrário do seu antecessor, vir ganhar o ridículo salário do primeiro-ministro: a bem sucedida passagem de Paulo Macedo pela Direcção Geral dos Impostos deveria ter sido suficiente para demonstrar que não raras vezes o caro acaba por sair bem barato e o miserabilismo raramente compensa. O que é relevante, para além do facto de ser um apoiante radical do actual primeiro-ministro, homem próximo de Miguel Relvas e dos interesses angolanos, é o facto de, à beira de uma pacata e dourada reforma, aceitar deixar um cargo internacional numa multinacional cervejeira, certamente pago a um nível de excelência, para ocupar um lugar problemático, ridiculamente pago, na RTP. Tarefa desinteressada em defesa da "coisa pública"? Opção de um "ego" desmesurado? Pode ser... Mas direi antes que, tendo em atenção o cadernos de encargos que lhe será entregue e a natureza e origem dos interesses em jogo, talvez até não seja assim tão estranha a sua aceitação e as compensações acabem por fim por aparecer, mais dali do que daqui, de forma bem menos transparente do que através de um salário, em função do cumprimento integral do que lhe será pedido e sempre em prejuízo da "coisa pública" e dos interesses democráticos. Mesmo que este prejuízo não se meça directamente em dinheiro, claro.

Nota: É natural que as eventuais críticas oficiosas do PS à nomeação de Alberto da Ponte (se as houver para além de uns "arremedos de manso" - tenho algumas dúvidas) se venham a centrar na sua falta de experiência como gestor público e desconhecimento da área da comunicação social. Na realidade, o PS espera no futuro vir a ser governo e dizer ou fazer algo que indisponha os governantes angolanos seria sempre um enorme problema. "Realpolitik"...

6 comentários:

gin-tonic disse...

O ordenado ridículo (?) que agora vai usufruir, em tempo oportuno, será devidamente compensado.
Talvez a CUCA ainda se fabrique em Angola, ou uma qualquer outra coisa...

JC disse...

És tu que o dizes, claro :-)... Mas MTº OBRIGADO pelo teu comentário!

Anónimo disse...


Caro JC

Mais uma figura sinistra...cujas afirmações relativas a PPC valem o que valem. Foi esta figura que disse que quem não quer trabalhar (a proposito dos quase 15% de desempregados, na altura) que se ponha a andar.
Não foi esta figura que esteve a comentar as eleições angolanas e tem ligações à newshold?
Sendo assim o vencimento transitório é um pequeno detalhe.

Haja vergonha e decência...antes que isto acabe mal e sejam atirados da ponte.

Cumprimentos

ié-ié disse...

Pois claro, bem visto! Há algo escondido, é evidente!

LT

ié-ié disse...

A defesa que LPM faz de Alberto da Ponte não é inocente...

LT

JC disse...

Escondido? Rabo escondido c/ gato bem grande de fora, LT!