A principal lição a reter depois de fechado o mercado de transferências ensina-nos que o meu clube precisa de realizar alguns ajustamentos no seu modelo de negócio depois de um período em que, com alguma facilidade, conseguiu realizar mais-valias significativas, o que, aliás, e como se depreende das declarações de hoje de Jorge Jesus, parece estar já a ser feito, investindo na formação e na equipa B. Depois de uma meia-dúzia de anos em que o mercado se inflacionou por via do dinheiro emergente de russos e árabes e pela tentativa do Real Madrid se tornar competitivo face a um "novo" F. C. Barcelona, a crise financeira e algum abrandamento nos investimentos realizados pelos clubes em causa, agora em fase de maturação, tornou mais difícil a adopção e concretização do modelo "compra barato e vende caro". Demonstra-o aliás o facto de, salvo negócio de última-hora com o mercado russo, o SLB apenas ter conseguido realizar uma mais-valia significativa à beira do fecho do mercado e quase em desespero de causa, o que acaba por colocar em maior risco o equilíbrio e estabilidade do plantel. Algo de semelhante se terá passado com o FCP: o negócio Moutinho não era muito interessante para o FCP face aos montantes a pagar a terceiros e as fanfarronadas de Pinto da Costa no caso da recusa de venda de Hulk não passaram disso mesmo: fanfarronadas.
Para além do investimento na formação e na equipa B, e face a um mercado publicitário recessivo que não tornará muito fácil uma renegociação "em alta" dos direitos televisivos, um objectivo de Luís Filipe Vieira, parece essencial e urgente uma redução da massa salarial, não sendo, portanto, de descartar dispensas futuras. Aguardemos por Janeiro e, entretanto, também pela receptividade do mercado sul-americano a empréstimos de jogadores de lá oriundos.
6 comentários:
Bem, meu caro, mas se o Anzhi levar os três que quer, o SLB pode compor as finanças mas a equipa vai ficar desiquilibrada e de que maneira. É que nem vejo grandes valores na equipa B, a não ser talvez Mora.
Mesmo não se fazendo o negócio, a falta de Javi Garcia (que sempre vi referido como fundamental na estrutura da equipa) e sem terem precavido o lugar de defesa esquerdo - Melgarejo ainda é uma incógnita e nem vejo substituto em caso de lesão ou castigo - a equipa ficou um bocado...coxa.
Ao contrário, o FCP pode não ter feito as vendas que pretendia, mas ao mesmo tempo, ficou com a equipa estável.
De qualquer dos modos, o SLB ficou menos forte para a discussão do título.
A não ser que Moutinho e Hulk ffaçam birra por verem os seus "sonhos" frustrados, o que me parece difícil, dados os antecedentes de Pinto da Costa na gestão de "casos difíceis", mesmo à custa dos expedientes que nós bem conhecemos.
Abraço
(reparei que não falou do SCP. Será que "estamos" assim tão fraquinhos que nem mereçamos atenção?)
1. Acha mesmo vou discutir essa história do Anzhi?
2. O "post" não é sobre a constituição do plantel. Aliás, propositadamente, quis fugir disso: não ia acrescentar mtº mais ao que por aí se diz.
3. O modelo de negócio do SCP é um pouco diferente (e isto se quiser ser benevolente). Durante alguns anos, em que foi consistente, baseou-se no investimento na formação e na valorização dos jogadores daí oriundo. De há dois anos a esta parte, confesso que nem dá para perceber...
Abraço
Bem, confesso ter ficado surpreendido com a resposta
1 Não sei se vale a pena discutir o caso Anzhi. Mas lá que os russos esttão cá com esse propósito, isso já foi confirmado.
2 Estava à espera dessa análise, porque foi o próprio JC que escreveu aqui que a partir de 31 de Agosto, com os plantéis fechados, iria falar sobre isso
3 Actualmente, não vejo grandes diferenças entre o modelo do SCP e o do SLB, por isso me admirou a resposta. Apesar de tudo, o SCP ainda vai mantendo alguns jogadores da sua formação - aliás, olhando para a equipa B vê-se que fizeram bem em não terem gasto dinheiro num avançado, quando na equipa B tem várias boas opções, sendo que só uma não é fruto da sua academia - e tem feito aquisições achadas necessárias e baixaram a folha salarial: os dois centrais entraram directos e é opinião geral que são uma boa dupla, a esquerda foi bem reforçada apesar de contar com um excelente titular (Insúa), e na direita deu lugar a mais um jogador da formação, e que terá todas as hipóteses de se valorizar.
Exceptuando Boularouz, toda a equipa tem menos de 25 anos (creio que Elias terá 25), é portanto uma equipa jovem, com margem de progressão e de bastante valorização (já ninguém duvida do valor de Carrillo, Rojo, Rui Patrício, Insúa, Capel ou Elias ou Wolsvinkel, qualquer deles podendo render boas mais-valias).
A minha única dúvida reside precisamente na manutenção do treinador. Não sei se Sá Pinto tem unhas para tocar esta guitarra, e se não teria sido melhor solução encontrar um treinador de nivel internacional.
Fala dos 2 últimos anos: é verdade que há dois anos as coisas foram demasiado más, mas no ano passado, e apesar dos precalços, como graves erros de arbitragem logo a abrir, a lesão de Rinaudo que era até então o grande estabilizador da equipa, e a incapacidade de Domingos em manter a equipa numa regularidade exibicional, a verdade é que a diferença para os adversários se atenuou bastante. E não fosse o espalhanço na final da taça, e poder-se-ia dizer que tinha sido uma temporada razoável para uma equipa para onde tinham entrado tantos jogadores novos (recorde-se que o SLB só ganhou a taça Lucílio Baptista).
Este é com certeza um tipo de gestão bem mais positivo do que aquele que eventualmente levaria a cabo aquele aventureiro que se propôs a presidente com uns russos quaisquer atrás.
Mais uma vez, não vejo qual a dúvida no modelo de gestão.
Certamente conviria muito mais ao FCP e SLB que o SCP mantivesse uma equipa de miúdos, que lhes garantiria aos 2 lugar certo na Champions sem se chatearem muito, mas acredito que este ano vão ter que suar mais para o conseguir.
Abraço
1. Não vi nem li qualquer confirmação.
2. Disse que s/ plantéis só falaria depois de 31 de Agosto, é verdade. Mas não disse que ria falar obrigatoriamente. E não vou, para já, pq iria repetir o que se diz aí por todo o lado. Ruído não é a minha especialidade. Se surgir alguma razão que me obrigue a falar de tal coisa para dizer algo que considere interessante, não hesitarei.
3. Meu caro, estamos a falar de coisas diferentes. V. fala de questões técnicas e de política de recursos humanos - e bastante do que diz na sua análise s/ o SCP é correcto e até subscrevo, - mas modelo de negócio é outra coisa. No fundo, de modo um pouco simplista, quando falamos de "modelo de negócio" trata-se de definir um conjunto de procedimentos, uma forma de actuação, se quiser, que permita ao clube ser bem sucedido e tornar-se sustentável na actividade que desenvolve (pode ver aqui, se tiver pachorra: http://pt.wikipedia.org/wiki/Modelo_de_neg%C3%B3cio). Vale?
Abraço
Caro JC:
Deixa de ler A Bola.
Começa a ver os jogos da equipa B.
Os jogos fora da Luz, depois serão fora do Campo do Bravo, no Seixal, são transmitidos pela Sport TV.
Os jogos em casa são transmitidos por esse horror que dá pelo nome de "Canal Benfica", mas o bilhete para ir ao estádio custa 2,00 euros.
Avança para uma sande de coirato, umas cervejolas, em franco convívio com o "povo da SIC,e acredita que, como disse Saint-Just, a felicidade é possível.
A outra Bola, a do Vitor Santos, do Carlos Pinhão, do Carlos Muranda, do Homero Serpa, do Alfredo Farinha, tantos outros, é uma outra história, memorável mesmo, onde muitos de nós aprenderam a ler. Falo por mim.
Domingo, ao cair da tarde, tentarei encontrar-te Catedra, a tempo de uma flute de Don Perignon, acompanhada com dois ou três morangos, tal como disse o Richard Gere à Julia Roberts.
Um abraço
Vi hoje o jogo da equipa B, Gin-Tonic. por acaso estava em casa e aproveitei. E não tenho Benfica TV, já que sou assinante da ZON. Mas tenho deitado uma vista de olhos aos jogos da equipa B em casa, que são transmitidos na "net". Mas só aqui e ali, aos poucos. Hoje foi o primeiro que vi "com olhos de ver". Mas achei que uma boa parte daqueles rapazes precisa de ir à musculação. Amanhã lá estarei...
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