quarta-feira, setembro 26, 2012

As subvenções e o populismo

Não estou em desacordo os partidos devam gastar menos nas suas campanhas eleitorais: grande parte do que é gasto parece-me ser inútil para o objectivo da conquista de votos e um maior rigor e profissionalismo nas campanhas permitiria com certeza a mesma eficácia com mais baixos custos. Digo eu, com a "näiveté" de quem não tem experiência directa do assunto mas também sabe dos interesses que por lá se movem.

Mas atenção, para além de estes cortes terem também eles um efeito recessivo, algo que muitas vezes é esquecido pelo "povo da SIC" nos seus "fóruns de opinião" (os partidos recorrem a muitos fornecedores de materiais e serviços em "outsourcing"), preferiria que essa iniciativa de redução das subvenções estatais e esse controlo fossem deixados à livre iniciativa e arbítrio de cada partido e não efectuados através de decreto ou determinação oficial. É que perante o clamor anti-democrático e anti-partidos que por aí vai, hoje exige-se o corte obrigatório de 10 ou 20% das subvenções do Estado e os partidos cedem; amanhã o seu corte na totalidade ou, como acontece já hoje, a redução do número de deputados; um dia a redução dos seus salários e fundos necessários à sua actividade; e, por fim, a extinção dos próprios partidos políticos, o fecho do parlamento e o fim da democracia, todos considerados um desperdício inútil de dinheiros públicos. A democracia custa dinheiro - é bom que haja quem explique - e quem vive estendendo a mão ao populismo acabará sempre devorado por ele. Até o "povo da SIC".

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