quarta-feira, setembro 05, 2012

A RTP e a democracia

  1. Como é possível que ao fim de 38 anos de democracia ainda seja da responsabilidade e do livre arbítrio dos governos e não da Assembleia da República, por meio de uma maioria qualificada de 2/3 ou 4/5, a nomeação das administrações da RTP, empresa responsável pelo serviço público de rádio e televisão (seja lá o que isso for)? Perante isto, que moral tem agora o PS para contestar a nomeação de um presidente para a RTP militante do PSD ("de jure" ou de facto, pouco importa, mas penso que "de jure"), um dos mais fiéis e radicais apoiantes do actual governo e do actual primeiro-ministro e pessoa com fortes ligações ao "lobby" angolano? Ou mesmo, como pode defender a manutenção de um serviço público cujo cumprimento começa e acaba por estar depende de cada governo? Talvez seja esta a prova provada de que quem não toma em devido tempo o antídoto adequado acaba por morrer de "overdose" do próprio veneno. É o caso actual do PS, mas tenho pouca esperança lhe sirva de lição. 
  2. O perfil de Alberto da Ponte vem demonstrar, se necessário ainda fosse, que a decisão sobre o futuro da RTP está tomada. Vem ainda demonstrar à evidência, se também necessário fosse, que o actual governo perdeu completamente a vergonha ou qualquer tipo de pudor, se é que alguma vez os teve.

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