"Como se confia em quem estimava um crescimento de receitas do IVA de 11,6% quando ele afinal cai 2,2%? Que credibilidade técnica tem quem em Março anunciava um aumento dos encargos com subsídio do desemprego de 3,8% quando eles em Agosto crescem quase 23%? Como se confiará nas previsões para 2013 depois do fracasso em 2012?" - Pedro Santos Guerreiro in "Jornal de Negócios".
O governo gosta muito de citar as empresas e metodologias de gestão empresarial para explicar os seus actos e estratégias. O próprio conceito, já transformado em autêntico "mito urbano", de "gorduras do Estado", se substituirmos o "Estado" por "empresa" ou "companhia", tem a sua génese na gestão empresarial. Ok, certo, vamos admitir tal comparação ou apropriação pela política do léxico e conceitos da gestão empresarial por vezes até pode dar jeito e ser reveladora. Não o nego, desde que usada com parcimónia e não deixando de considerar as distâncias entre objectos sociais de empresas e Estado. Mas socorrendo-nos da tal comparação a que o governo recorre amiúde, pergunto: qual seria a reacção dos accionistas de uma empresa se o respectivo Conselho de Administração lhes apresentasse uma realidade como a que é descrita no primeiro parágrafo? Acham que vale a pena responder?...
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