sábado, setembro 22, 2012

O novo primeiro-ministro

Não sei se estão bem a perceber o  terramoto político que aconteceu ontem em Belém... Simples: o primeiro-ministro, "de facto", passou a chamar-se Aníbal Cavaco Silva, o ministro das Finanças Carlos Costa e o governo, agora apenas "de jure", de Pedro Passos Coelho, enviado para um estado vegetativo, passou a ser tutelado por Belém e pelo Banco de Portugal, tendo perdido qualquer margem de manobra negocial perante o Conselho Económico e Social - e Silva Peneda bem merece este poder negocial acrescido para o orgão a que preside. Para além disso, a estratégia de "empobrecimento" terá sofrido um certo revés. Veremos até que ponto.

Não sendo eu, nem de perto nem de longe, um entusiasta do político Aníbal Cavaco Silva, fico a dever-lhe uma valente chapelada.

3 comentários:

Anónimo disse...

Bem tinha dito o PR, na curta entrevista da manhã durante a visita à fábrica da embraer, em resposta à pergunta de um jornalista sobre a TSU: "É uma proposta. Ainda nenhuma medida está implementada, pois não ?"

De facto...Anibal reagiu a "um governo desorientado, incapaz e sem objectivos, um governo de garotos" e disse:
"O presidente da junta sou eu".

Aguardemos as cenas dos próximos capitulos...mas uma coisa é certa cada vez mais as pessoas ganham consciência dos coveiros que têm destruído o país. Estes que lá estão e os outros que lá estiveram antes.

Cumprimentos

Karocha disse...

Vamos ver o que vai sair JC!
O Anónimo tem razão.

JC disse...

Em 1º lugar, não acho o governo estivesse assim tão desorientado. de facto, tem um projecto para o país: o "empobrecimento", e a questão da TSU era disso emblemática. Digamos que tal projecto ainda é pior do que não ter nenhum.
Em 2º lugar, acho que o PR optou pela melhor solução possível, neste momento em que a oposição não tem condições para governar e um governo de "iniciativa presidencial" padeceria de falta de legitimidade democrática: manter um governo de fachada ao mesmo tempo que o tutela e põe na ordem, limitando as perdas. Claro que não será uma solução de longo-prazo, mas isso é já outra conversa.