No seu tradicional imediatismo (este “i” trama tudo), os “media” lá vão tratando de especular sobre com quem o PS fará acordos de governação. Claro que é importante, mas é apenas um meio e não um fim. Quem conhece o conceito de “ladder thinking” de imediato avançará um pouco e perguntará: “so what”? Então e depois? É que um governo, como o próprio nome indica, também não é um fim, é um meio, e serve, claro está, não apenas para existir, assim “a modos” como aconteceu nos tempos do pântano de António Guterres, a ver até que ponto conseguia aguentar-se, mas para governar, objectivo ainda mais premente nos tempos que vão correndo.
Pois é exactamente essa a questão sobre a qual nos deveremos interrogar – como irá governar o PS -, mas esse é um assunto que também estaria na ordem do dia no caso de uma nova maioria absoluta: continuando algumas reformas indispensáveis que iniciou (e que constituíram razão inicial da sua popularidade), começando outras em que não tocou ou das quais se foi esquecendo (Justiça e Administração Pública, por exemplo) ou continuando a política de não fazer muitas ondas dos últimos sete ou oito meses? Resumindo: tentando fazer de Portugal um país mais moderno, europeu e civilizado (objectivo e prática que conquistou o meu voto) ou esperando que a vontade de trabalhar lhe passe?
É neste ponto que peço licença para ser optimista, se não se importam, pois que pessimistas de serviço, de Medina Carreira a Pulido Valente, já temos de sobra. Se uma nova maioria absoluta daria a José Sócrates um certo sossego propiciador do “mar chão”, o facto de ter de fazer concessões certamente lhe dará pouco descanso e o obrigará a reformar num sentido liberalizante: à esquerda, não deixando passar em claro algumas promessas nas impropriamente denominadas questões fracturantes (casamento "gay", reprodução medicamente assistida, eutanásia, etc), que muitos consideram pouco importantes mas que são um indiscutível sinal de modernidade civilizacional comunicado à sociedade, bem como na diminuição das desigualdades sociais, à direita em questões da área empresarial, económica, mas também na educação (maior autonomia às escola na gestão e contratação de professores, por exemplo, bem como na definição de uma escala de remunerações para estes em função da sua efectiva responsabilidade e competência). É este equilíbrio negocial que a votação elevada no CDS (que certamente José Sócrates terá saudado...) veio proporcionar. Esperemos não entre em curto-circuito...
Optimismo? Talvez... mas também uma janela de oportunidade que um político hábil como José Sócrates não deixará de aproveitar. Se calhar, a única que, de momento, se pode vislumbrar. Aguardemos...
Pois é exactamente essa a questão sobre a qual nos deveremos interrogar – como irá governar o PS -, mas esse é um assunto que também estaria na ordem do dia no caso de uma nova maioria absoluta: continuando algumas reformas indispensáveis que iniciou (e que constituíram razão inicial da sua popularidade), começando outras em que não tocou ou das quais se foi esquecendo (Justiça e Administração Pública, por exemplo) ou continuando a política de não fazer muitas ondas dos últimos sete ou oito meses? Resumindo: tentando fazer de Portugal um país mais moderno, europeu e civilizado (objectivo e prática que conquistou o meu voto) ou esperando que a vontade de trabalhar lhe passe?
É neste ponto que peço licença para ser optimista, se não se importam, pois que pessimistas de serviço, de Medina Carreira a Pulido Valente, já temos de sobra. Se uma nova maioria absoluta daria a José Sócrates um certo sossego propiciador do “mar chão”, o facto de ter de fazer concessões certamente lhe dará pouco descanso e o obrigará a reformar num sentido liberalizante: à esquerda, não deixando passar em claro algumas promessas nas impropriamente denominadas questões fracturantes (casamento "gay", reprodução medicamente assistida, eutanásia, etc), que muitos consideram pouco importantes mas que são um indiscutível sinal de modernidade civilizacional comunicado à sociedade, bem como na diminuição das desigualdades sociais, à direita em questões da área empresarial, económica, mas também na educação (maior autonomia às escola na gestão e contratação de professores, por exemplo, bem como na definição de uma escala de remunerações para estes em função da sua efectiva responsabilidade e competência). É este equilíbrio negocial que a votação elevada no CDS (que certamente José Sócrates terá saudado...) veio proporcionar. Esperemos não entre em curto-circuito...
Optimismo? Talvez... mas também uma janela de oportunidade que um político hábil como José Sócrates não deixará de aproveitar. Se calhar, a única que, de momento, se pode vislumbrar. Aguardemos...
6 comentários:
Parabéns, adoro pessoas optimistas!! Concordo consigo, acho que o PS se deveria virar à esquerda, apesar de ver grandes confrontos ideológicos no que toca a políticas económicas.
Mas eu não disse que o PS devia virar á esquerda, caro Pedro. Ora leia lá bem...
Cumprimentos
JC
Quando você escreveu a sua nota estava exactamente a escrever uma no sentido igual, a chamar a atenção do Pedro para o seu incontrolado wishful thought...
Sim, acho que percebi.. e admito que seja wishful thinking, porque como disse e bem, algumas das bandeiras "sociais" da esquerda são a meu ver necessárias, como o casamento gay , etc.. no entanto as suas visões para a economia são claramente nocivas para o país - desta forma, acho que Sócrates vai ter de dar "uma no cravo outra na ferradura", mas acho que uma coligação à esquerda, permitiria talvez controlar os impulsos mais revolucionários a nível económico ao mesmo tempo que proporcionaria uma base estável para as reformas a nível social.. será que faz sentido??? talvez...
Mas, Pedro, se a luta contra a desigualdade é absolutamente necessária, bem como a agenda dita "fracturante" - e aí o PS poderia conseguir apoios entre PCP e Bloco - é impossível condescender c/ alguma da agenda política de ambos nessas áreas: diminuição da idade da reforma, fim das taxas moderadoras do SNS e das reformas necessárias á respectiva sustentabilidade (que estiveram na base da demissão de Correia de Campos),algumas medidas relacionadas c/ o desemprego, etc. E não me parece PCP e Bloco estejam dispostos a grande flexibilidade. Uma coisa é certa: o PS vai tentar não ficar dependente só da esquerda ou só do PP e nunca irá coligar-se.
Cumprimentos
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