Ao demitir Fernando Lima por um acto praticado no exercício das suas funções de assessor para o qual foi nomeado pelo próprio Presidente da República, Cavaco Silva está a admitir as responsabilidades da Presidência por aquele que é, talvez, o acto mais grave alguma vez praticado em Portugal por um orgão de soberania ou um seu titular desde a normalização democrática. Independentemente da minha opinião pessoal e política sobre o actual PR, como português e democrata tento desesperadamente pensar numa solução que não desprestigie ainda mais as instituições da República e, desse modo, não passe pelo enxovalho de uma demissão forçada do actual PR ou pela sua continuidade no cargo até às próximas eleições presidenciais em condições que nos envergonhem enquanto cidadãos. Infelizmente, e até ao momento, não encontrei alternativa. Ficarei feliz se ela existir, o que significaria que a democracia pode ter ainda uma chance de não sair fragilizada.
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