Quem me lê, ou os amigos que têm a paciência de me ouvir, sabe que talvez a minha principal crítica a Scolari fosse o facto de não ter ousado mudar a tempo o modelo de jogo de longa data da selecção nacional de futebol, ou seja, antes do Europeu de 2004 quando teria tido tempo e condições para o fazer. Viciada num modelo de contra-ataque, assumindo assim uma inferioridade futebolística pouco envergonhada herdada das concepções de jogo provincianas de José Maria Pedroto, teria sido necessário a uma selecção portuguesa a jogar em casa, e naturalmente favorita, assumir esse seu favoritismo transmudando o seu modelo para um outro, de ataque continuado, que melhor permitisse ter êxito perante as equipas que defendem utilizando um bloco baixo com todos os seus jogadores atrás da linha da bola. Os resultados vieram dar-me razão, como prova o facto de a equipa não ter conseguido resultados positivos contra as equipas que, de modo mais ou menos assumido, assim jogavam: empate sofrido com a Inglaterra de Eriksson (vitória nos penalties) e duas derrotas contra a modesta, mas tacticamente bem preparada, Grécia.
Tendo dito isto, e não escondendo as minhas críticas de fundo à gestão de Carlos Queiroz, por aqui profusamente expressas, não posso deixar de saudar e manifestar o meu apoio ao novo modelo de jogo que parece estar subentendido neste novo 4X4X2 da selecção. Preenche melhor o meio - campo, com jogadores, como Meireles e Tiago (também Deco), capazes de lutar pela posse da bola, evitando assim que os centro-campistas adversários surjam embalados perante a defesa portuguesa (lembram-se do jogo de preparação com a Dinamarca, ainda com Scolari? Ou dos jogos com a Polónia?), mas, simultaneamente, também capazes de organizar desde os sectores recuados as transições ofensivas e de assegurar uma razoável circulação de bola; permite potenciar as qualidades de Liedson, algo que Scolari nunca conseguiu fazer com Pauleta; dá liberdade a Cristiano para jogar pelo centro e sobre as alas, neste caso permitindo as diagonais de Simão e o deslocamento de Deco e naquele as “verticalidades” de Bosingwa; enfim, pelo menos em teoria, permite que a equipa jogue mais à frente, circule mais a bola e consiga abrir mais brechas, com boas condições de finalização, contra equipas que concedem poucos espaços. Pelo menos em teoria...
Será talvez tarde, com pouco tempo de ensaios e em condições de alto risco. Pois... Mas isso seria uma outra conversa.
Aqui fica o elogio, para que conste, corra bem ou corra mal.
Tendo dito isto, e não escondendo as minhas críticas de fundo à gestão de Carlos Queiroz, por aqui profusamente expressas, não posso deixar de saudar e manifestar o meu apoio ao novo modelo de jogo que parece estar subentendido neste novo 4X4X2 da selecção. Preenche melhor o meio - campo, com jogadores, como Meireles e Tiago (também Deco), capazes de lutar pela posse da bola, evitando assim que os centro-campistas adversários surjam embalados perante a defesa portuguesa (lembram-se do jogo de preparação com a Dinamarca, ainda com Scolari? Ou dos jogos com a Polónia?), mas, simultaneamente, também capazes de organizar desde os sectores recuados as transições ofensivas e de assegurar uma razoável circulação de bola; permite potenciar as qualidades de Liedson, algo que Scolari nunca conseguiu fazer com Pauleta; dá liberdade a Cristiano para jogar pelo centro e sobre as alas, neste caso permitindo as diagonais de Simão e o deslocamento de Deco e naquele as “verticalidades” de Bosingwa; enfim, pelo menos em teoria, permite que a equipa jogue mais à frente, circule mais a bola e consiga abrir mais brechas, com boas condições de finalização, contra equipas que concedem poucos espaços. Pelo menos em teoria...
Será talvez tarde, com pouco tempo de ensaios e em condições de alto risco. Pois... Mas isso seria uma outra conversa.
Aqui fica o elogio, para que conste, corra bem ou corra mal.
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