Como aqui tenho afirmado, se algo as sondagens parecem indicar no últimos tempos, com algum grau de estabilidade, é que a decisão de voto dos portugueses parece tomada no que diz respeito à opção entre a esquerda ou direita, dependendo o resultado das eleições e o nome do futuro primeiro-ministro do modo como esse voto será distribuído entre os partidos concorrentes em cada uma dessas áreas. Assim sendo, a última sondagem do CESOP trará, apesar do empate técnico com apenas uma ligeiríssima vantagem para o PS (que é sempre uma vantagem...), algumas boas notícias para os socialistas e para José Sócrates. Porquê? Vejamos...
Com 6% de intenções de voto e tendo em atenção a subvalorização tradicional dos resultados do partido nas sondagens, dificilmente o resultado eleitoral do CDS será inferior a este valor. Pelo contrário, poderemos mesmo assumir que tenderá até para um valor um pouco mais elevado nas urnas, o que poderá significar alguma canibalização do eleitorado PSD que, assim, veria o seu resultado um pouco reduzido. Pelo contrário, alcançando o BE um resultado de 11% (que, a verificar-se, constituiria, de longe, o “score” mais elevado do partido em termos eleitorais) e tendo em atenção a tendência habitual para uma sobrevalorização dos resultados deste partido nas sondagens, parece existir aqui algum terreno onde o PS poderá, no dia 27, recuperar um ou dois pontos percentuais na sua votação, se funcionar o voto útil. Acresce, em confirmação deste raciocínio, que a sondagem também conclui que é no BE que se encontra a maior percentagem de votantes que afirma “ainda poder mudar de ideias”. Mas há mais...
Se passarmos à avaliação dos diversos líderes políticos pelo eleitorado, veremos que nas “top two boxes” (avaliação “bom” e “mtº bom”) apenas no “item” “é uma pessoa séria e em quem se pode confiar” Manuela Ferreira Leite obtém melhor “score” do que José Sócrates (43% vs 32%, um excelente resultado), o que confirma a boa escolha que o PSD fez do “posicionamento” da sua líder. Em todos os outros “items” é José Sócrates que lidera: 56% vs 34% em “é um líder forte”, 35% vs 32% em “preocupa-se com as pessoas que mais precisam”, 42% vs 28% em “tem o que é preciso para ser um bom primeiro-ministro” e 38% vs 32% em “pode ajudar o país a sair da crise económica”. Se restringirmos essa pergunta aos eleitores que afirmam de certeza irão votar os resultados não seriam decisivamente diferentes: 63% vs 37%, 38% vs 37%, 48% vs 32%, 37% vs 57% (“uma pessoa séria e em quem se pode confiar", favorável a Ferreira Leite) e 43% vs 38%. Ora sabendo quanto a “fulanização” é importante para o eleitorado numa escolha deste tipo, estes valores parecem indicar que esse mesmo eleitorado tende a considerar José Sócrates como mais indicado para o lugar a que ambos, ele e Ferreira Leite, se candidatam.
Falando agora da avaliação do governo, 37% consideram que a sua actuação foi “boa” ou “mtº boa” (em princípio um resultado que, convertido em votos, seria suficiente para uma vitória eleitoral tangencial) e apenas 31% consideram que um partido da oposição faria melhor. Em tempo de crise poderá funcionar aqui um certo “conservadorismo” de sentido de voto, que tenderá também a favorecer a aritmética eleitoral socialista.
Veremos, no entanto, se os resultados do dia 27 confirmam ou alteram este raciocíno. Em última análise, serão mesmo eles que contam...
Com 6% de intenções de voto e tendo em atenção a subvalorização tradicional dos resultados do partido nas sondagens, dificilmente o resultado eleitoral do CDS será inferior a este valor. Pelo contrário, poderemos mesmo assumir que tenderá até para um valor um pouco mais elevado nas urnas, o que poderá significar alguma canibalização do eleitorado PSD que, assim, veria o seu resultado um pouco reduzido. Pelo contrário, alcançando o BE um resultado de 11% (que, a verificar-se, constituiria, de longe, o “score” mais elevado do partido em termos eleitorais) e tendo em atenção a tendência habitual para uma sobrevalorização dos resultados deste partido nas sondagens, parece existir aqui algum terreno onde o PS poderá, no dia 27, recuperar um ou dois pontos percentuais na sua votação, se funcionar o voto útil. Acresce, em confirmação deste raciocínio, que a sondagem também conclui que é no BE que se encontra a maior percentagem de votantes que afirma “ainda poder mudar de ideias”. Mas há mais...
Se passarmos à avaliação dos diversos líderes políticos pelo eleitorado, veremos que nas “top two boxes” (avaliação “bom” e “mtº bom”) apenas no “item” “é uma pessoa séria e em quem se pode confiar” Manuela Ferreira Leite obtém melhor “score” do que José Sócrates (43% vs 32%, um excelente resultado), o que confirma a boa escolha que o PSD fez do “posicionamento” da sua líder. Em todos os outros “items” é José Sócrates que lidera: 56% vs 34% em “é um líder forte”, 35% vs 32% em “preocupa-se com as pessoas que mais precisam”, 42% vs 28% em “tem o que é preciso para ser um bom primeiro-ministro” e 38% vs 32% em “pode ajudar o país a sair da crise económica”. Se restringirmos essa pergunta aos eleitores que afirmam de certeza irão votar os resultados não seriam decisivamente diferentes: 63% vs 37%, 38% vs 37%, 48% vs 32%, 37% vs 57% (“uma pessoa séria e em quem se pode confiar", favorável a Ferreira Leite) e 43% vs 38%. Ora sabendo quanto a “fulanização” é importante para o eleitorado numa escolha deste tipo, estes valores parecem indicar que esse mesmo eleitorado tende a considerar José Sócrates como mais indicado para o lugar a que ambos, ele e Ferreira Leite, se candidatam.
Falando agora da avaliação do governo, 37% consideram que a sua actuação foi “boa” ou “mtº boa” (em princípio um resultado que, convertido em votos, seria suficiente para uma vitória eleitoral tangencial) e apenas 31% consideram que um partido da oposição faria melhor. Em tempo de crise poderá funcionar aqui um certo “conservadorismo” de sentido de voto, que tenderá também a favorecer a aritmética eleitoral socialista.
Veremos, no entanto, se os resultados do dia 27 confirmam ou alteram este raciocíno. Em última análise, serão mesmo eles que contam...
6 comentários:
O amigo bem os vai empurrando...
wishful thinker...Eheheheh
Não nego desta vez ir votar PS, tanto para a AR como para a CML. Se vivesse no Porto, neste último caso votaria Rui Rio. Mas, no caso vertente, acho esta análise objectiva. Ora contradiga lá, meu caro amigo!!!
Pela primeira vez vejo aqui uma sondagem muito bem extrapolada.Parabéns
Falando a sério, claro que a sua análise é objectiva e como de costume bem feita. Só que isso não quer dixer nada em minha opinião, pois o resultado final, vai estar desta vez, ainda mais, na mão dos indecisos, nos quais me incluo. E portanto... will see...
Se eu votasse nas autárquicas em Lisboa, não votaria PS. Votaria sim, contra PSL...Dessa pomada, mais não, please!
Ou isso! O meu voto tb é mais contra o PSL.
Mtº obrigado, anónimo. Mas olhe que não é a 1ª vez!
Cumprimentos
Enviar um comentário